A concessionária responsável por construir a linha 6-Laranja do metrô informou ter descoberto vestígios arqueológicos nas obras da futura Estação 14 Bis, no Bixiga, região central da capital.
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Os materiais foram identificados durante as escavações feitas em abril e estão a três metros de profundidade, segundo a Linha Uni. Eles não foram retirados e isso só poderá ser feito após execução das paredes de contenção do canteiro, medida necessária para dar mais segurança ao trabalho. A informação, inicialmente publicada pelo portal Guia Negro, foi confirmada pela Vejinha.
A empresa A Lasca Arqueologia é a responsável pelo programa de preservação e monitoramento dos patrimônios tombados ou não no entorno das futuras estações da linha 6-Laranja. A linha terá 15 km de extensão, 15 paradas, e previsão de transportar 633 mil passageiros por dia.
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A caracterização e descoberta do sítio arqueológico tem aval do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), segundo a concessionária.
Saracura
Procurado, o Iphan informou que a denominação do sítio é Saracura-14 Bis, e ele data de uma época mais recente, do século XX. O projeto de pesquisa arqueológica em andamento a respeito do sítio, feito pela empresa A Lasca Arqueologia e enviado ao instituto, informa que a região abrigou um dos primeiros quilombos da cidade de São Paulo, o Quilombo da Saracura. O documento indica que o local serviu de rota de fuga de pessoas negras escravizadas.
Os materiais já identificados são louças, vidros e moedas. “Os vestígios diagnosticados até o momento durante a pesquisa apresentam origem mais recente em decorrência do aterramento do córrego Saracura realizado no início do século XX no período do início da industrialização da cidade, em que o contexto original dos vestígios pode ter sido conturbado”, informa nota do Iphan.
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Questionado a respeito da relevância dos vestígios, o instituto informou que as pesquisas estão sendo desenvolvidas pela empresa de consultoria especializada contratada ela Linha Uni. “Todos os sítios arqueológicos brasileiros possuem a mesma importância para Iphan. São bens da união que são tratados por meio das mesmas políticas de proteção. No que tange o valor acadêmico ou social, apenas os resultados das pesquisas mais aprofundadas poderão inferir”, diz o instituto.