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Como as agências de casamento tentam sobreviver em tempos de Tinder

Nos últimos tempos essas empresas viram boa parte de sua clientela migrar para a internet

Por Jussara Soares
Atualizado em 1 jun 2017, 16h49 - Publicado em 4 jun 2015, 23h00
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  • Muito antes da chegada de aplicativos de paquera, as agências de casamento aproximavam corações solitários. Nos últimos tempos, porém, essas companhias viram boa parte de sua clientela migrar para a internet. O mercado de cupidos profissionais acusou o golpe. Na década de 90, cerca de dez escritórios atuavam nesse ramo na capital. Hoje, são apenas três. O mais antigo, a Paimi Casamentos, fundado em 1956, cuida de aproximadamente 250 pessoas, metade do que atendia há dez anos. Outra mudança diz respeito ao perfil de quem procura o serviço. No passado, homens e mulheres com cerca de 20 anos compunham a fatia majoritária. Atualmente, gente com mais de 40 anos corresponde a 60% do negócio. Em comum, são clientes que sentem alguma dificuldade para se enquadrar nas ferramentas modernas.

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    “A internet banaliza o amor”, acredita Harry Mihalescu, diretor da Paimi. No escritório de 100 metros quadrados na Barra Funda, fichas e fotos dos candidatos ficam disponíveis em álbuns para a consulta de  pretendentes. Havendo interesse mútuo, o encontro é realizado no local. No contato inicial o casal não pode trocar telefone. “É para evitar problemas”, afirma Mihalescu.

    A A2 Encontros foi outra que precisou encolher para sobreviver. Fundada em 1993, ocupou até 2012 um sobrado de dois andares na Vila Mariana. “Perdemos 15% da clientela nos últimos anos”, explica a proprietária Cláudya Toledo. Ela passou a trabalhar em casa, e o negócio funciona hoje pelo sistema de franquias: uma em São Paulo, outra em Campinas e uma terceira em Curitiba. A responsável pela filial daqui é a advogada Adriana Moraes, que está namorando há três meses um cliente, o gerente de banco Rodrigo Sabbi, de 35 anos. “Juro que não me beneficiei de informação privilegiada”, brinca. “A nossa psicóloga achou que ele tinha o meu perfil e nos apresentou.”

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    Ao contrário da maioria dos concorrentes digitais, que são gratuitos, como o Tinder, as companhias cobram bem para proporcionar as conexões amorosas. Na Eclipse Love, surgida em 2011, os pacotes variam entre 5 000 e 16 000 reais por um ano de contrato. O serviço inclui uma checagem de dados como antecedentes criminais. “É para garantir  a segurança”, explica a proprietária Eliete Medeiros, que comanda o negócio no seu apartamento em  Moema, no esquema home office. É a única do mercado que rejeita fregueses pelo biotipo. No caso, quem está muito acima do peso. “Não faz parte do perfil da minha clientela”, justifica. Uma das clientes é a gestora de recursos humanos Maria Aparecida Pinto, de 43 anos. Há seis meses, investiu 6 500 reais para tentar descobrir ali um companheiro. “Ainda não arrumei namorado, mas tive cinco bons encontros”, conta. “Estou esperançosa.”

    Namoro 3
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    Encontro profissional

    As principais características de algumas das empresas veteranas do mercado na capital

    Paimi

    Público: de 40 a 80 anos

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    Valor: a partir de 2 500 reais por um ano e meio de contrato

    Curiosidade: os primeiros encontros são em pequenas cabines dentro das agências e os pretendentes não podem trocar telefone

     

    A2 Encontros

    Público: de 25 a 50 anos

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    Valor: a partir de 5 000 reais para três meses de contrato

    Curiosidade: mulheres mais jovens e homens mais velhos têm até 20% de desconto

     

     Eclipse Love

    Público: de 30 a 60 anos

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    Valor: a partir de 5 000 reais para até um ano de contrato

    Curiosidade: candidatos acima do peso não têm vez. A agência diz que não é o perfil da sua clientela

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