Com as atenções voltadas aos serviços essenciais, como supermercados e farmácias, a indústria têxtil de São Paulo tem passado tempos difíceis. As lojas, que devem permanecer fechadas até dia 10 de maio por conta da quarentena, não conseguem escoar as roupas em estoque e consequentemente não compram dos atacados, que também não compram das fábricas onde as peças são produzidas.
Para ajudar essa cadeia de serviços, as empresárias Thais Cazzalas e Cléo de Lucca idealizaram a campanha “Não é só uma blusinha”, que já conta com mais de 100 marcações no Instagram das principais marcas do Bom Retiro, um dos maiores polos comerciais de São Paulo. A campanha ressalta a cadeia de empregos da indústria de moda e pede que os consumidores comprem uma peça para ajudar a manter as lojas abertas e as vagas do setor.
“Tive a ideia ao ver uma campanha de uma família vendedora de ovos de páscoa, que pediu para pessoas comprarem o que eles já tinham produzido e perderiam por conta da pandemia. Em questão de minutos, eles venderam tudo o que tinham em estoque”, conta Thais. A empresária tinha 23 funcionários antes da pandemia, agora conta com 12. “Eu tive que dispensar, pois meus pedidos todos foram cancelados do dia para a noite. Fiquei com medo de falir. Espero que tudo volte rápido para recontratar todo mundo”. No momento, ela tem feito máscaras que combinam com as peças que vende. A empresária não concorda com a quarentena imposta pelo governador João Dória. “Acho que ele está errado. Daqui 21 dias o vírus não vai sumir. Em casa não tem como ficar por sete, oito meses”.
De acordo com a Abit, Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, o setor movimentou 48 bilhões de dólares em 2018 e empregou até oito milhões de pessoas no país. “A moda é muito atrelada à futilidade, mas é um dos setores mais afetados pela pandemia. Ninguém está querendo consumir”, lamenta Cléo de Lucca, proprietária da marca Flowers.
Confira o texto da campanha:
Você confere as postagens em apoio à campanha no Instagram com a hashtag #nãoésóumablusinha.