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Comandante da PM desabafa: “Em nenhum país do mundo se mata tanto policial”

Em declaração durante enterro de policial, Benedito Roberto Meira afirmou que “o Brasil vive situação de guerra”. Em 2014, 66 PMs foram assassinados

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 14h02 - Publicado em 30 set 2014, 14h50
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  • O Comandante Geral da Polícia Militar do estado de São Paulo, Benedito Roberto Meira, deu declaração emocionada sobre a situação de risco em que vivem os policiais militares no país. Segundo Meira, o Brasil vive uma “situação de guerra”. O desabafo aconteceu na última sexta-feira (26), durante o funeral do sargento Alexandre Hiath de Lima, 37, que morreu após ser baleado em uma abordagem no Ipiranga, na Zona Sul. 

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    O policial, que morava na Praia Grande, no Litoral Sul, foi sepultado no Cemitério Areia Branca, em Santos. Após o enterro, o comandante falou sobre o caso e desabafou. “É um momento doloroso. Esse é o oitavo caso de policial militar que falece em serviço neste ano, o sexto caso em confronto com criminosos”, lamentou Meira, mencionando as mortes de policiais ocorridas no estado de São Paulo.

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    De acordo com o comandante, em nenhum outro lugar do mundo morrem tantos policiais como no Brasil. “Estamos em uma situação de guerra. Temos que fazer frente a essa criminalidade que atira e mata inocentes. Tenho certeza que damos nossa própria vida em defesa da sociedade. Aqui está um exemplo. Neste ano já morreram 66 policiais militares vítimas de homicídios e vítimas de latrocínios. Tivemos também mais de 190 casos de policiais vítimas de tentativa de homicídio”, afirmou.

    O comandante também indicou que há necessidade de mudança nas diretrizes de gestão da segurança pública no Brasil. “Será que o modelo vigente é o melhor? Nós temos que mudar a nossa estrutura. Nós temos que mudar também a nossa legislação. Nenhuma pessoa que cumpre uma pena normalmente volta para o trabalho. Ela não tem oportunidade e volta para o crime”, afirma.

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    Meira ainda exigiu medidas durar para sanar o problema. “Não adianta culpar ou atribuir responsabilidade ao governo municipal, estadual ou federal. O problema de segurança pública é um problema que tem que contemplar todas as esferas. Não temos que ficar empurrando e jogando a responsabilidade um para o outro”, lamentou.

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    Procurada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que o comandante, por sua alta patente, tem autonomia para fazer declarações à imprensa e analisar as condições de trabalho da corporação.

    Assista ao vídeo:

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    O caso

    O sargento do 3º Batalhão da Polícia Militar Alexandre Hiath de Lima, 37, morreu após ser baleado no rosto durante uma perseguição policial, no Ipiranga, Zona Sul da capital, na tarde da quarta-feira (24).

    Dois homens armados em uma moto assaltaram uma pessoa na saída de uma agência bancária, por volta das 16h. Hiath e outros policiais tentaram capturar a dupla. O criminoso que estava na garupa da moto reagiu e atirou na viatura ferindo Alexandre Hiath no rosto. Os assaltantes conseguiram fugir.

    O policial foi levado para o pronto-socorro de Heliópolis, mas não resistiu aos ferimentos e morreu às 6h da quinta-feira (25). Segundo a PM, o sargento estava na corporação há 17 anos, era casado e tinha uma filha. Ele morava em Praia Grande, no Litoral Sul.

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