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O colecionador de heróis

Paulistano Ivan Costa reúne acervo com aproximadamente 8.000 itens de HQ e arte original

Por Anna Carolina Oliveira
Atualizado em 14 Maio 2024, 12h13 - Publicado em 28 jul 2011, 20h04
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  • O diretor de Marketing e Desenvolvimento Institucional da faculdade FIAP, Ivan Freitas da Costa, 39 anos, afirma ser o maior colecionador de histórias em quadrinhos e arte original do país. O número impressiona. São aproximadamente 8.000 itens catalogados.
    O acervo é tão grande que, em 2009, ele montou a exposição “Batman — 70 anos” no Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte e ganhou o prêmio HQ Mix. “Reuni cerca de 300 itens para essa mostra”, orgulha-se o paulistano.+ Veja o Especial de Quadrinhos completo
    Costa começou a formar seu museu particular ainda criança, quando comprou sua primeira revistinha, a “Heróis em Ação”, da Editora Abril. Hoje, só de arte original — os “rascunhos” feitos pelos desenhistas e quadrinistas — são 700 itens.
    Em entrevista a VEJINHA.COM, Ivan ensina como ter sua própria coleção de HQs e conta algumas curiosidades dos seus artigos mais valiosos.VEJINHA.COM— Quando você começou a se interessar por quadrinhos?
    Ivan Costa — Eu era muito novo. Consegui meu primeiro quadrinho depois de amolar muito o meu pai. Escolhi uma que não era tão famosa, chamava “Heróis em Ação”.VEJINHA.COM — Esse foi o primeiro item da sua coleção?
    Ivan Costa — De quadrinhos, sim. Mas a pedra fundamental da minha coleção de arte original foi um sketch autografado pelo Chris Bachalo. Era fã desse ilustrador e mandei uma carta aos cuidados da DC dizendo que gostava do trabalho dele. Isso foi em 1997. Depois de vários meses, recebi um envelope com uma carta do ilustrador e um sketch da Morte, um personagem da série de quadrinhos “Morte: o Alto Custo da Vida”.

    Acervo pessoal

    O começo: o sketch da personagem “Morte” foi o primeiro item da coleção de arte original

    VEJINHA.COM— Como as pessoas interessadas em quadrinhos podem começar uma coleção exclusiva?
    Ivan Costa — Duas excelentes chances para dar início a um acervo são as convenções e as sessões de autógrafo. Lá você conhece quadrinistas, arte finalistas e outras pessoas ligadas a esse universo. Ali na hora, mesmo, eles podem fazer um desenho e autografar para você. Isso se torna uma peça única.+ Conheça três quadrinistas de São Paulo+ Cursos para você aprender a desenhar e fazer roteiro para HQVEJINHA.COM — Onde você compra os itens do seu acervo?
    Ivan Costa — Hoje eu recebo muita coisa. Em 2002, por exemplo, ganhei um esboço da edição especial “Superman — Paz na Terra”, em que o personagem sobrevoa a baia da Guanabara. A pintura é do Alex Ross e ele mesmo me enviou de presente de Natal. Mas, quando quero comprar alguns itens, procuro em sites como Comic Art Fans, The Artist’s Choice, Alex Ross Art e, é claro, o eBay. Este, aliás, acaba sendo a fonte de todo colecionador.VEJINHA.COM — Como você conserva seus artigos de colecionador?
    Ivan Costa — Todos os originais ficam em sacos plásticos acid free, para não haver risco de o desenho estragar ao longo dos anos. Também coloco todos em uma pasta, para proteger da luz. Na hora de guardar, escolho um lugar com umidade controlada. Não é fácil conservar papel em países do trópico. Ser um colecionador no Brasil é um desafio.VEJINHA.COM — Qual o item mais caro da sua coleção?
    Ivan Costa — Uma página do Alex Ross do álbum “Mulher Maravilha — O Espírito da Verdade”. No site dele, uma página da mesma edição custa 10 mil dólares. Eu comprei no Comic Art Fans por menos de um terço desse valor.

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    Acervo pessoal

    Mulher Maravilha — O Espírito da Verdade - Especial Quadrinhos
    Mulher Maravilha — O Espírito da Verdade – Especial Quadrinhos ()

    ‘Mulher Maravilha — O Espírito da Verdade’: página do desenhista Alex Ross vale 10 mil dólares

    VEJINHA.COM — Qual seu atual item de desejo?
    Ivan Costa — Ser colecionador é ser insatisfeito. Tem sempre uma nova edição que você quer comprar, que você precisa ver. Tem uma capa bem bonita da revista “Liga da Justiça — Origens Secretas”, que reúne todos os personagens da Liga da Justiça, mas custa 50 mil dólares. Só poderia comprar se ganhasse na loteria, e teria que ser a acumulada (risos).+ Colecionadores de automóveis antigos realizam encontros na cidade+ Xaveco Virtual: nossa ferramenta de paquera no TwitterVEJINHA.COM — Quais os points de São Paulo para os amantes dos quadrinhos?
    Ivan Costa — Dois lugares de parada obrigatória são as lojas Limited Edition e Comix Book. Na primeira, você pode comprar muitas estatuetas bacanas. A Cachalote, do quadrinista Rafael Coutinho, é ponto de encontro de muitos desenhistas e outros artistas da cidade. Nesse mesmo estilo tem a HQMix, que fica aberta até tarde.OPINIÃOOs cinco melhores quadrinhos1. “Watchmen” (Alan Moore e Dave Gibbons)
    2. “Batman: O Cavaleiro das Trevas” (Frank Miller e Klaus Janson)
    3. “Calvin & Haroldo” (Bill Waterson)
    4. “O Reino do Amanhã” (Mark Waid e Alex Ross)
    5. “Daytripper” (Fábio Moon e Gabriel Bá)

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