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OLÁ,

Milão é cenário de paixão arrebatadora em “Um Sonho de Amor”

Melodrama dá certo pela condução elegante do realizador e pelo brilho contido da protagonista, vivida por Tilda Swinton

Por Miguel Barbieri Jr.
Atualizado em 14 Maio 2024, 12h02 - Publicado em 20 ago 2011, 00h50

Vem de longa data o projeto de Um Sonho de Amor. Em 1999, o diretor italiano Luca Guadagnino comandou a atriz inglesa Tilda Swinton em “The Protagonists” e, três anos depois, reencontrou-a no documentário em curta-metragem “The Love Factory”. Desde aquela época, pensavam em levar às telas uma história de amor trágica e passional. Tilda, porém, seguiu por outros caminhos em Hollywood. Fez o anjo Gabriel em “Constantine” (2005) e, em 2008, atingiu o estrelato ao levar o Oscar de melhor atriz coadjuvante por “Conduta de Risco” e atuar como a Feiticeira Branca no sucesso de bilheteria “As Crônicas de Nárnia”. A nova parceria entre a intérprete e o cineasta rendeu elogios nos festivais por onde passou e foi indicada ao Oscar 2011 de melhor figurino.

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Trata-se de um melodrama de ritmo operístico, influenciado pelo cinema de Luchino Visconti e ecos de “O Amante de Lady Chatterley”, de D.H. Lawrence. A mistura pode ser pretensiosa, mas dá certo. Sobretudo pela condução muito elegante do realizador e pelo brilho contido de sua protagonista. O roteiro, entretanto, abre-se em desnecessárias subtramas. Na principal, aparece Emma (Tilda), uma russa que abandonou o seu país ao aceitar o pedido de casamento de Tancredi Recchi (Pippo Delbono), um rico empresário italiano do ramo da indústria têxtil.

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Duas décadas depois, Emma leva uma vida confortável numa mansão, recebe seus convidados em tubinhos da grife Jil Sander e se dá bem com os três jovens filhos. O matrimônio não anda às mil maravilhas e Emma sabe disfarçar sua insatisfação. Algo, contudo, vai abalar o cotidiano dos Recchi. Num acesso de incontrolável desejo, ela se encanta por Antonio (Edoardo Gabbriellini), simplório chef de cozinha, amigo e futuro sócio de seu primogênito (papel de Flavio Parenti).

Sem nunca ter falado a língua italiana, Tilda se vira bem no idioma e ainda arrisca algumas frases em russo. Suas belas cenas de sexo com o amante mostram também a ousadia da estrela cinquentona. Guadagnino parece igualmente audacioso. São magníficos os planos abertos da cidade sob a neve e impecáveis os enquadramentos pouco usuais para registrar o cotidiano dos personagens. A arquitetura de Milão, o charme das ruazinhas de San Remo e o bucólico interior da Ligúria são atrações à parte e ganham peso de testemunhas da arrebatadora paixão.

AVALIAÇÃO ✪✪✪

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