O Ministério Público de São Paulo deflagrou na quarta-feira (26), com o apoio da Polícia Militar, uma operação que apreendeu mais 80 relógios no Shopping Cidade Jardim. Na última sexta-feira (22), conforme revelou a Vejinha, um promotor de Justiça que teve um acessório de luxo roubado em dezembro de 2021 encontrou o mesmo item na Royale Watches, alvo da operação.
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O promotor foi vítima de assaltantes na cidade de Osasco. Mais de um mês depois, viu um modelo parecido com o seu, que custa cerca de 100 000 reais, segundo o boletim de ocorrência, nos stories do Instagram de uma vendedora da Royale.
Foi até a loja e constatou que o item era, de fato, o relógio que foi roubado e na sequência acionou a polícia. Relembre o caso aqui. O item foi devolvido e, a partir do episódio, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público iniciou uma investigação, que culminou na operação de quarta-feira.
Foram quatorze mandados de busca e apreensão em São Paulo, na Royale Watches do Cidade Jardim, e em Minas Gerais. Cerca de 80 items foram apreendidos no shopping da Zona Sul da capital paulista e 40 em Minas. “A operação visa a apurar atuação de associação criminosa especializada na receptação de relógios de luxo, cuja venda dos objetos produtos de crime são comercializados em shopping de alto padrão na capital paulista”, diz o MP-SP.
Em nota sobre o caso do promotor, a Royale afirmou que “tão logo tivemos conhecimento dos fatos pela própria vítima e identificamos que e peça consignada em nossa loja era de fato a peça que constava no boletim de ocorrência apresentado”.
A empresa relata que elaborou um documento para a devolução do produto para a vítima e acionou o departamento jurídico “para comunicar os fatos às autoridades localizadas próximo ao Shopping Cidade Jardim, onde fica a loja”. Sobre a operação do Ministério Público, a loja diz que “representantes do Ministério Público estiveram na loja para averiguação da operação e toda informação disponível foi apresentada aos oficiais pelos representantes da marca”.
A nota relata ainda que a marca “adota alto nível de exigência e correção, tanto em termos de documentação, como em registros das peças. E que tem amplo interesse na elucidação completa do caso. Dessa forma, continuará à inteira disposição dos órgãos competentes pela investigação para contribuir no que for necessário” (leia texto completo ao final).
O Grupo JHSF, dono do Shopping Cidade Jardim se posicionou dizendo que “caso irregularidades sejam comprovadas, o shopping adotará as medidas cabíveis e rescindirá o contrato com o lojista. O Shopping Cidade Jardim não compactua e não admite práticas desleais e ilegais”.
Leia a nota completa da Royale Watches:
A Royale Watches, marca referência em peças seminovas de alta relojoaria, vem colaborando com a Justiça para elucidação de um caso inédito em suas atividades. Na última sexta–feira (21), foi descoberto que uma das peças disponíveis na loja – objeto de consignação – era fruto de roubo.
Na manhã de ontem, representantes do Ministério Público estiveram na loja para averiguação da operação e toda informação disponível foi apresentada aos oficiais pelos representantes da marca. A visita ocorreu antes da abertura oficial da loja, sendo assim não houve prejuízo ao seu funcionamento. A Royale Watches teve conhecimento do roubo pela própria vítima, que acompanhando as redes sociais da empresa verificou a apresentação da peça em questão no Instagram da Royale Watches e se deslocou até a loja.
Tão logo os fatos foram confirmados e a peça identificada, a mesma foi devolvida à vítima, seguindo os trâmites legais, orientados pela Justiça. Vale ressaltar que a Royale Watches é uma marca que adota alto nível de exigência e correção, tanto em termos de documentação, como em registros das peças. E que tem amplo interesse na elucidação completa do caso. Dessa forma, continuará à inteira disposição dos órgãos competentes pela investigação para contribuir no que for necessário.
IMPORTANTE
O relógio em questão foi recebido em consignação pela Royale Watches pelo valor de R$ 70.000,00, conforme nota de consignação emitida acompanhada de contrato de consignação do produto, documentos estes entregues à polícia. Vale ressaltar que, o relógio em questão não custa R$ 100.000,00, conforme divulgado inicialmente pela vítima, pois não se trata de um produto novo. O modelo Omega, ano 2018, custa para o mercado entre R$ 78.000,00 a R$ 85.000,00 por se tratar de produto usado e não novo.