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OLÁ,

Chilli Beans lança máquina de venda semelhante às de refrigerante

Marca reúne 330 franquias em 116 cidades do país, sendo 82 na Grande São Paulo

Por Giovana Romani
Atualizado em 1 jun 2017, 18h39 - Publicado em 19 nov 2010, 22h47
Chilli Beans-vending machine_2192
Chilli Beans-vending machine_2192 (Cida Souza/)
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Vendedores tatuados, com piercings e penteados modernos, dão expediente em um sábado à tarde na loja Chilli Beans da Galeria Ouro Fino, na Rua Augusta. Dono da marca, o empresário Caíto Maia, de 41 anos, chega por volta das 16h30. Usa óculos quadrados de armação laranja e lente espelhada. Senta-se em uma mesinha no corredor do centro comercial. Em poucos minutos, antigos colegas aparecem para cumprimentá-lo. “Quanto tempo!”, diz a proprietária da loja de coturnos vizinha. De fato, há anos Maia não aparece por aquelas bandas, justamente o local onde inaugurou a primeira unidade de sua grife, em 1998.

As coisas mudaram desde então. Na época, ele pagava 300 reais mensais pelo aluguel do espaço diminuto. Hoje, a sede da empresa ocupa um prédio de cinco andares em Alphaville. Não tem loja própria. São 330 franquias em 116 cidades do país — 82 na Grande São Paulo. Além de óculos de sol, a marca começou a vender modelos de grau no mês passado. Relógios também entraram recentemente nas prateleiras. A partir do próximo dia 1º, outra novidade: uma máquina de autoatendimento, semelhante àquelas de venda de refrigerantes, será colocada no Aeroporto de Cumbica. 

“É a primeira iniciativa desse tipo no país”, conta Maia. “Pretendemos instalar equipamentos em estações de metrô, baladas, academias, resorts…” Em cada “vending machine”, como é chamado o aparelho no jargão comercial, quarenta opções de óculos escuros, com preço médio de 138 reais, estarão disponíveis. Como experimentá-los? De maneira hightech. Captada por uma câmera, a imagem do cliente aparece no monitor. O modelo escolhido é projetado no rosto da pessoa. Pode-se fazer o pagamento por meio de cartão de crédito ou débito. Tal qual uma lata de Coca-Cola, o estojo com os óculos cai do estoque e deve ser retirado na parte inferior da máquina. Trata-se de uma nova maneira de popularizar e expandir a velha fórmula da marca (esta, sim, praticamente imutável desde o início): variedade e preços abaixo da média. “O custo e a praticidade não podem ser os únicos motivadores da compra”, pondera o consultor óptico Francisco Ventura Jr., dono da Ótica Ventura, há 22 anos no mercado. “É preciso observar o conforto, a curvatura da armação, o tipo de lente, o peso e a qualidade do material.”

A qualidade dos produtos Chilli Beans, aliás, sempre foi o ponto mais criticado pela concorrência. Maia garante que seus óculos são tão bons quanto quaisquer outros. “Com o volume que vendo, fica fácil negociar com as fábricas mundo afora.” No caso, suas peças são confeccionadas na China, na Itália e no Brasil. “Não disputo o cliente apenas com as óticas, mas com quem tem o tíquete médio semelhante ao meu”, acredita o empresário. “Se a pessoa vai ao shopping com 100 reais no bolso, pode comprar uma calça, uma camisa ou um par de óculos de sol.”

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Nem sempre Maia foi homem de negócios. Músico, tocou guitarra e cantou em duas bandas. Morou na Califórnia durante sete anos e, de volta ao Brasil, trouxe alguns óculos na bagagem. Acabou montando uma importadora, a Blue Velvet, que faliu. Com as peças remanescentes, abasteceu uma barraca no Mercado Mundo Mix e não tardou a começar a desenhar as próprias peças. Então, abriu a loja da Galeria Ouro Fino; um quiosque no recém-inaugurado Shopping Villa-Lobos e o sistema de franquias vieram logo depois. 

Chilli Beans_2192
Chilli Beans_2192 ()

Dos tempos de roqueiro, Caíto Maia guarda a atitude de superstar. Uma vez por ano, realiza a Convenção Chilli Beans, com a participação de 1 200 funcionários de todo o país. Lá, distribui autógrafos e posa para fotos. Há duas semanas, saiu em “miniturnê” pelo Nordeste. Visitou cinquenta lojas em oito dias para anotar críticas e sugestões. Afirma que, desde 2008, recusa propostas de compra de grupos estrangeiros. “Ainda não chegou a hora.” Isso porque antes pretende expandir seus domínios e chegar a 1 000 lojas até a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Quer vender também carros, lambretas e inaugurar um hotel temático, com a pimenta do logotipo de sua grife por todos os lados.

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A CHILLI BEANS EM NÚMEROS

2 milhões de peças são vendidas por ano

Semanalmente, são lançados 10 modelos de óculos e 4 de relógios

O preço dos óculos varia de 98 reais a 228 reais

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300 milhões de reais é o faturamento anual estimado da empresa

 

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