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Catedral da Sé é pichada após protesto em defesa do aborto

Mensagens foram escritas em portas e paredes; padres classificaram ato como vandalismo

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 11h55 - Publicado em 1 nov 2015, 10h25
Catedral Sé
Catedral Sé (Foto Press Photo/Folhapress/)
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A  Catedral da Sé, na região central, amanheceu no sábado (31) tomada por pichações favoráveis ao aborto, após ato realizado contra o Projeto de Lei 5.069/2013, de autoria do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A proposta dificulta o acesso ao aborto legal às vítimas de estupro. Padres que administram o templo repudiaram o ato de “vandalismo”.

Frases como “se o papa fosse mulher, o aborto seria legal” e “tire seus rosários dos meus ovários” estavam entre as pichações. No início da noite de sexta-feira (30),  a manifestação contra o projeto começou na Avenida Paulista e terminou por volta das 21h30 na Praça da Sé. A Polícia Militar informou que 3 000 pessoas participaram do ato, enquanto a organização do evento estimou 15 000. Na tarde de sábado, as manifestantes voltaram a sair a ruas em ato pelos direitos das mulheres e contra o machismo. O grupo seguiu da Avenida Paulista à Praça Roosevelt.

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Segundo nota divulgada pela Arquidiocese de São Paulo, as pichações em portas e paredes foram feitas após o término do ato. “Diariamente entram na Catedral centenas de pessoas de culturas e credos variados que são acolhidas fraternalmente. Por isso, lamentamos e repudiamos a pichação ocorrida na noite de 30 de outubro último”, informou a Igreja, em nota assinada pelo padre Luiz Eduardo Baronto, cura da Catedral Metropolitana, e pelo padre Helmo César Faccioli, auxiliar do cura.

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A nota destaca ainda o valor arquitetônico e artístico das instalações da Catedral da Sé e denominou a ação dos manifestantes como uma “provocação destrutiva”. “A liberdade de expressão, reivindicada historicamente pela Igreja Católica em nosso país, não justifica ato de vandalismo.”

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Uma das organizadoras do protesto, a programadora cultural Jaqueline Vasconcellos disse que o ato “não representa o pensamento da manifestação”. “Mas entendemos e nos solidarizamos com as mulheres que se manifestaram contra a instituição. Entendemos que a Igreja Católica é um instrumento do patriarcado”, afirmou. Jaqueline disse, porém, que não é “contra nenhuma religião”.

Um boletim de ocorrência foi registrado no 8.º Distrito Policial (Brás) no fim da tarde de ontem. Até as 20h50, ainda não havia informações sobre a identificação de autores das pichações nem prisões. A limpeza das paredes e portas da Catedral da Sé está prevista para ser realizada neste domingo (1).

Com informações do Estadão Conteúdo

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