Para atrair público, algumas casas noturnas da cidade variam a programação musical ao sabor das paradas de sucesso. Daí vieram febres como as festas de forró, funk, reggae, samba-rock e, nos últimos tempos, a do sertanejo universitário. Antes restrito a endereços temáticos como o Villa Country, o ritmo que tem como expoentes os irmãos César Menotti & Fabiano – um disco deles foi o terceiro mais vendido no Brasil em 2007 – ultrapassou os muros com jeitão de Velho Oeste da balada da Avenida Francisco Matarazzo, na Barra Funda. Desembarcou em redutos da classe média alta como o bar Zé Bonito, na Vila Nova Conceição, que concentra 200 pessoas nos shows do duo Matheus Minas & Leandro, realizados pelo menos um sábado por mês. “É o dobro do movimento normal”, festeja Eduardo Linhares, um dos sócios. Outro que aderiu foi o Bar D’A Rua, no Itaim Bibi, onde as apresentações rolam aos domingos. “Elevou o nível das baladas de sertanejo”, diz uma das freqüentadoras, a estudante de direito Isabel Martins, de 23 anos. “Dá até para paquerar.”
Ela tem razão. Salvo poucas exceções, a turma comparece chique “no úrtimo”, com cabelo engomadinho, bolsas e roupas de grife – quase não se vêem esporas ou chapéus. Os corpos sarados não foram esculpidos no lombo de touros, mas nas academias. Dirigem carros chiques, de cujas caixas de som pipocam as agitadas canções do novo estilo. É que a fórmula consiste numa espécie de samba do caubói doido: mistura clássicos dos tempos de Tonico & Tinoco, em compasso acelerado por percussão de axé, e guitarras estridentes, por exemplo. Dança-se de rostinho colado, com xaveco ao pé do ouvido, razão que torna essas baladas um paraíso para solteiros. Seguuuuuura, peão!