O casal pivô da confusão que terminou em morte nessa quarta-feira (11) na Galeria do Rock era conhecido por se envolver em confusões tanto dentro quanto fora do centro comercial. “Não conhecia eles de nome, mas sabia quem eram. Eles eram sempre monitorados pelos seguranças”, afirmou o síndico do local, Antônio de Souza Neto.
Por volta das 16h de ontem, a jovem identificada apenas como Renata foi esfaqueada no pescoço em uma lanchonete no subsolo da Galeria do Rock, no centro de São Paulo. O tatuador Rodolfo Preising de Almeida Lopes, de 28 anos, foi preso após tentar fugir do local. Ambos eram frequentadores assíduos do local.
Nesta quinta, trabalhadores da Galeria do Rock destacaram o comportamento agressivo do casal. “Todo mundo sabia quem eles eram. A Renata até chegou a bater em um dos meus colegas. Ela bebia muito”, disse Rodrigo Alves Rodrigues, vendedor de uma loja de tênis.
Funcionário de uma loja de tatuagem, Gleison Gabriel conhecia Rodolfo há anos e falou que ele não é uma pessoa tranquila. “Ele sempre arrumava confusão ou briga de gangue. Na Galeria do Rock o comentário é que Renata era amante do Rodolfo.”
Apesar da confusão, Neto acredita que o local é seguro e o policiamento, eficaz. “Foi um problema amoroso, não de segurança.”
Caso
Segundo testemunhas, Renata estava na galeria desde 11h e bebia cerveja no balcão da Lanchonete Kuroda quando foi abordada por uma mulher com uma criança de colo. Elas discutiram por alguns minutos e a mulher foi embora. Logo em seguida, o tatuador Rodolfo Preising de Almeida Lopes, de 28 anos, entrou na lanchonete e atacou Renata no pescoço com um canivete. Ela morreu na hora.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), Renata estava sem documentos quando foi morta, mas aparentava ter 25 anos.
Do lado de fora da lanchonete, segundo a polícia, dois homens “em situação suspeita” estavam com Rodolfo: Eduardo Thomé Nunes Santos, de 35 anos, e Ricardo Gabriel de Jesus Inácio, de 26. Os três tentaram fugir pela Avenida São João, mas foram detidos por policiais militares que faziam a ronda da Operação Delegada no centro e por guardas civis metropolitanos (GCM).
O caso é investigado no 3º Distrito Policial, no bairro de Campos Elíseos, no centro, e os suspeitos estão presos.
Rodolfo nega o crime, que foi gravado por câmeras de segurança. Com o tatuador, foram apreendidos um pedaço de madeira, um machado e um canivete com restos de sangue. Ele já tinha passagem pela polícia por furto e agressão, segundo confessou em depoimento.
A testemunha mais importante do caso é Orlando Kuroda, de 52 anos, dono da lanchonete, que está na Galeria do Rock desde 1989. Segundo Orlando, Renata e Rodolfo são ex-namorados e pertencem a grupos punks que frequentam a galeria diariamente. A mulher com uma criança que discutiu com Renata seria a atual namorada de Rodolfo que, antes de matar a vítima, teria dito: “você não deveria ter falado assim da minha mulher”.
Kuroda conhecia os dois e disse que eles eram “encrenqueiros”. “Ela nunca pagava pela bebida, alguém sempre comprava lanche para ela. A Renata até já me roubou uma vez, mas deixava ela frequentar a lanchonete para não criar mais confusão”, contou o dono. “Rodolfo também não era boa pessoa.”
Além da briga entre o ex-casal, uma das hipóteses para o assassinato seria porque Renata teria aderido a um grupo rival ao de Rodolfo.