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Casal incentiva o ciclismo para crianças

Em dezenove anos de projeto, o Lar Nossa Senhora Aparecida já atendeu 320 jovens

Por Karin Salomão
Atualizado em 5 dez 2016, 14h10 - Publicado em 22 ago 2014, 23h00
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  • Nome: Ricardo Cocuzzi e Selma da Silva l Profissão: microempresários l Atitude transformadora: criaram o Lar Nossa Senhora Aparecida, que incentiva o ciclismo para crianças

    Ciclista profissional durante a juventude, Ricardo Cocuzzi disputou competições pela Caloi entre 1977 e 1980, até largar as pistas e abrir uma loja e oficina para bicicletas ao lado de sua casa, em Parelheiros, na Zona Sul. Em 1992, passeava pelo bairro com sua mulher, Selma da Silva, quando encontrou um menino de 10 anos abandonado na rua — após consultar o Conselho Tutelar, assumiu sua guarda temporária. Curiosamente, essa cena se repetiria outras seis vezes nos três anos seguintes, e a família multiplicou-se com a chegada de novos “adotivos” — grande parte deles com pais biológicos alcoólatras ou dependentes de drogas.

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    Em 1995, para aproveitar seus conhecimentos no esporte e manter a turma em atividade, criou o Lar Nossa Senhora Aparecida, que se dedica a treinar crianças no ciclismo. Instalada na residência do casal, a entidade conta com alojamento, biblioteca e sala de computadores, além de uma pista de treino no meio da Mata Atlântica, com rampas, morros e curvas fechadas. A estrutura é mantida a um custo mensal de 8 000 reais, obtidos com o faturamento da loja, patrocínios e prêmios em torneios.

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    Nos dezenove anos do projeto, 320 jovens passaram por lá — hoje são 28 fixos, com idade entre 2 e 20 anos. No dia a dia, Cocuzzi se encarrega de aprimorar o preparo físico das crianças e adolescentes, enquanto Selma cuida das sessões de alongamento e massagem. Os atletas mirins ainda visitam nutricionistas e são atendidos pela equipe de medicina desportiva do Hospital das Clínicas. “Esporte é disciplina, envolve regras, mas também educação e respeito”, afirma Ricardo. Se o objetivo inicial do programa era ensinar princípios morais, ele se estendeu a ajudar os menores a construir uma carreira. É o que está prestes a ocorrer com Jaqueline Borba, que chegou ali em 1997, com 1 ano de idade, e hoje é uma das promessas do ciclismo — em julho, conquistou o título da categoria júnior feminino do Campeonato Brasileirode Mountain Bike, em Cotia.

     

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