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Inspire-se nesses ambientes de grandes arquitetos vistos na CASACOR 2018

Novidades do evento incluem moradia modular criada pelo arquiteto Arthur Casas: montada a seco, sob medida e vendida pela internet

Por Carolina Giovanelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 14 fev 2020, 16h03 - Publicado em 18 Maio 2018, 06h00
Raiz na sala de estar: destaque da CASACOR (Alexandre Disaro/Veja SP)
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Principal evento de decoração e design da América Latina, a CASACOR, organizada pelo Grupo Abril e conhecida por reunir grandes nomes do mercado, chega a sua 32ª edição com o retorno de alguns figurões. Entre eles aparece Arthur Casas, que traz projeto inovador após ausência de quase uma década na mostra.

A partir de terça (22), setenta ambientes repletos de inspirações para os visitantes ocuparão 17 000 metros quadrados do Jockey Club, área cerca de 10% maior em relação à do ano passado. Confira criações de parte dos profissionais mais experientes do setor, baseadas no tema “a casa viva”.

Casa sob encomenda

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O arquiteto Arthur Casas: a atração mais aguardada do evento (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Após ausência de nove anos, o premiado arquiteto Arthur Casas é a atração mais aguardada do evento. Ele volta com um projeto inovador, em parceria com a empresa Syshaus. “Trata-se da casa do futuro”, revela. A estrutura, no estilo de residências pré-fabricadas, será comercializada como um produto, via site, a partir do ano que vem. O cliente escolhe a planta, o acabamento e o tamanho. Ao fechar negócio, sabe de antemão, sem surpresa, o preço e o prazo de entrega, que gira em torno de seis meses — uma construção comum não costuma terminar antes de um ano. O ambiente, de alto padrão, zela pela sustentabilidade. Além de ser erguida sem uso de água nem desperdício de material, pois tudo vem pronto de fábrica, a casa tem captação de água da chuva e energia solar por meio de painéis. Tem ainda biodigestor e teto verde. Tendência da vez: sustentabilidade. Dica para sua casa: aposte nos produtos nacionais.

Perfume mediterrâneo

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Roberto Migotto: perfume marroquino (Alexandre Disaro/Veja SP)

No ano passado, o paulista Roberto Migotto viajou para o Marrocos, país no qual se baseou para criar esta casa de 640 metros quadrados. “Trouxe um ‘perfume’ de lá para o ambiente, sem ser óbvio, dentro de um contexto contemporâneo”, afirma. A parede de 8 metros de comprimento da foto acima traz um trabalho de marcenaria repleto de desenhos tradicionais, reproduzidos no piso, no teto, na porta, em móveis e em azulejos. Tecidos estampados e o jardim externo, com tamareiras e espelho-d’água, refletem a ideia importada. Tendência da vez: verde-oliva na decoração. Dica para sua casa: o granilite, mistura de cimento e pedras como granito, é uma opção barata e durável.

Espaço maior

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O espaço de Débora Aguiar (Alexandre Disaro/Veja SP)
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Havia cinco anos que Débora Aguiar não integrava o elenco do evento. Retornou em 2018 em grande estilo, com o maior espaço da mostra, de 1 100 metros quadrados. Ela prega a integração dos ambientes, sem compartimentos, para incentivar o convívio familiar. Os cômodos se voltam para um jardim, onde há uma piscina de 15 metros de comprimento.

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Débora Aguiar: ambiente na Casa Cor (Alexandre Disaro/Veja SP)

A iluminação é de LED, os vidros permitem o controle solar e reduzem a aderência da sujeira; os móveis externos contam com materiais duráveis. Tendência da vez: “Um retorno ao lar, ficar mais dentro de casa, o ninho de cada um”. Dica para sua casa: a iluminação cria humores e cenários diferentes. Focos de luz dão destaque a obras de arte.

Inspiração retrô

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Banheiro de inspiração retrô (Alexandre Disaro/Veja SP)

Léo Shehtman é o recordista da CASACOR: participou de 31 edições em São Paulo, ou seja, pulou apenas uma delas. Com quase quatro décadas de carreira, ele esbanja criatividade. No projeto deste ano, sobressaiu seu banheiro verde-claro em um estilo “das antigas”. Mas o arquiteto alerta: “O retrô tem limites, deve servir apenas como inspiração”.

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Léo Shehtman: recordista do evento (Glauber Bassi/Veja SP)

Um ar industrial se traduz nos lambris metálicos das paredes e no teto de concreto sem forro e quase nenhum acabamento. Tendência da vez: a volta dos arcos nas passagens. Dica para sua casa: “Os biombos servem para decorar, dividir o ambiente ou esconder algo. São um quebra-galho”.

Refúgio urbano 

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Marina Linhares: casa rodeada por vegetação (Alexandre Disaro/Veja SP)

Rodeada por vegetação, a casa de 68 metros quadrados ganhou o nome de “refúgio urbano”. O espaço, marcado por tons suaves, transmite um clima de tranquilidade. “Busquei o acolhimento”, afirma Marina Linhares, arquiteta responsável pelo projeto. “Essa composição caberia em um rooftop, em uma garagem reaproveitada…” Vê-se bastante iluminação natural graças às amplas vidraças e aos ambientes a céu aberto. A estrutura contorna as árvores do Jockey e as aproveita na decoração, reforçando a atmosfera de serenidade. Tendência da vez: trazer sofisticação com base em detalhes, como obras de arte. Dica para sua casa: “Não siga o estereótipo da casa apenas bonita. A ideia deve ser viver a residência e aproximar as pessoas”.

Raízes internas

A carioca Paola Ribeiro fez de três enormes flamboyants os protagonistas de seu anexo. Alex Hanazaki foi o responsável pelo paisagismo. Aplicou bromélias nos galhos e cercou as raízes com samambaias. Na cozinha, chama atenção a bancada com pia que não encosta na parede e fica no meio do cenário. Com o sistema de água vindo pelo chão, lembra um móvel.

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Paola Ribeiro no ambiente que preparou para o evento (Alexandre Disaro/Veja SP)

Material ultracompacto e resistente escolhido por diversos profissionais na mostra, o dekton aparece na bancada. Armários que guardam panelas e até o fogão evitam o “aspecto de cozinha”. Tendência da vez: a volta dos tons terrosos. Dica para sua casa: pisos com pedras maiores. Sem tantas marcações de rejunte, eles oferecem maior amplitude. O chão desse projeto possui peças de 1,2 por 1,2 metro.

Através das oliveiras

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Oliveira é destaque no ambiente de João Armentano (Alexandre Disaro/Veja SP)

“Quem fica parado é poste, precisamos estudar, viajar, abrir a mente”, afirma João Armentano sobre a reinvenção de seus projetos após três décadas de carreira. O profissional tem como lema “sustentabilidade em primeiro lugar”. A estrela do cenário de 320 metros quadrados consiste em uma portentosa oliveira, refletida em um espelho externo e integrada à sala e ao quarto por janelões.

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O arquiteto João Armentano (Alexandre Disaro/Veja SP)
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Armentano valoriza luz e ventilação naturais, além do enaltecimento da natureza, que aparece, por exemplo, em esculturas de madeira. Tendência da vez: sustentabilidade. Dica para sua casa: tapetes de grandes dimensões trazem unidade aos ambientes.

Arejado e integrado

A curvilínea escada da foto foi instalada com guindaste no espaço de autoria do experiente Dado Castello Branco. O arejado ambiente de dois andares e 280 metros quadrados ficou todo integrado. No térreo, as grandes portas de vidro se relacionam ao recurso da ventilação cruzada. As aberturas em lados opostos incentivam o fluxo do ar e refrescam, evitando a necessidade de ar condicionado e economizando energia.

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Dado Castello Branco: integração de ambientes (Alexandre Disaro/Veja SP)

A sustentabilidade aparece igualmente na iluminação natural, na madeira certificada de reflorestamento e nos materiais duráveis que demandam pouca manutenção. Obras de arte e mobiliário novos e antigos se misturam com equilíbrio. Chama atenção, por exemplo, um quadro de Paulo Pasta. “Colocamos também uma adega, muito pedida nos últimos anos pelos clientes”, conta. Tendência da vez: a integração dos ambientes. Dica para sua casa: no closet, armários com fundo transparente dividem o quarto de um modo mais leve e inusitado do que uma parede opaca.

Método ancestral

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Ambiente inspirado nas cisternas de Constantinopla (Divulgação/Veja SP)
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O pernambucano Osvaldo Tenório se inspirou nas milenares cisternas (reservatórios de água) de Constantinopla, atual Istambul, para planejar a estrutura, que comporta cerca de 80 000 litros. Colunas e iluminação direcionada fazem referência a um templo. “Quis criar uma oportunidade de contemplação, para refletir sobre como esse líquido é um dos nossos bens mais preciosos”, explica. O sistema de água corrente, que se movimenta em um ciclo, se conecta a uma sala de banho de luxo instalada no 2º andar. Com vinte anos de carreira, Tenório possui escritório em São Paulo e, desde 2016, realiza projetos no exterior, principalmente nos Estados Unidos e em Portugal. Tendência da vez: fazer releituras de conceitos antigos, com a aplicação de novas tecnologias, se necessário. Dica para sua casa: texturas diversas e tecidos, modernos e rústicos, criam uma atmosfera mais intimista.

NOVA GERAÇÃO 

Projetos com propostas ousadas e profissionais jovens e promissores também se destacam na mostra deste ano

Calçada viva

O engenheiro Lao Napolitano e o arquiteto Guilherme Ortenblad juntaram-se para transformar uma calçada não só em espaço de passagem, mas de passeio. A composição ostenta mobiliário de madeira descartada e arte nos muros. O destaque, entretanto, fica por conta das chamadas bacias de retenção.

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Calçada para passeio (Alexandre Disaro/Veja SP)

Trata-se de jardins mais baixos do que a rua, de menor custo, formados por espécies da Mata Atlântica. Com acessos nas guias, eles absorvem a água da chuva e evitam enchentes. A dupla ainda distribuiu nos canteiros a serrapilheira, restos de plantas em decomposição responsáveis por levar nutrientes ao solo.

Terceira idade

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Ambiente pensado para idosos (Divulgação/Veja SP)

Um apartamento voltado para a segurança e a independência dos idosos. O projeto leva a assinatura da Somos Grou, empresa especializada no tema e fundada no ano passado pela arquiteta Flávia Ranieri. Ali as prateleiras são mais baixas, barras para apoio estão em pontos estratégicos e não há tapetes. Em visitas guiadas, o público poderá vestir uma roupa que simula limitações da terceira idade a fim de experimentar o ambiente.

Nada de degradê

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Sem degradê (Alexandre Disaro/Veja SP)

As cores viraram protagonistas do ambiente criado por Maicon Antoniolli, de 36 anos, em sua terceira participação na CASACOR. Não há paredes brancas por lá. “Evitei o degradê no escritório (foto) e mesclei tons diferentes com equilíbrio”, explica. “A tinta colorida causa impacto e se mostra um recurso barato.” No ano passado, o espaço do profissional tinha 70 metros quadrados. Desta vez, aumentou para 170. No local, ele optou ainda por cenários agêneros, ou seja, sem elementos voltados especificamente para homens ou mulheres.

Suíte trans

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Suíte com banheiro baseado em uma mulher trans (Alexandre Disaro/Veja SP)

Em sua estreia no evento, o baiano Ricardo Borges, de 37 anos, pensou em um quarto com banheiro baseado em uma mulher transexual. O teto é azul, as paredes, rosa. O tema da transição aparece, por exemplo, nos azulejos de estilo antigo “abraçando” a decoração contemporânea e no couro de cobra da cama. Veem-se também obras de arte que mesclam masculino e feminino e tratam da questão LGBT.

Design carioca 

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Ambiente do escritório carioca Yamagata Arquitetura (Alexandre Disaro/Veja SP)

Em sua terceira participação no evento paulistano, o moderninho escritório carioca Yamagata Arquitetura, que atua desde 2015 também em São Paulo, tem futuro promissor. O ambiente deste ano aposta em uma paleta focada no cinza, no minimalismo e em inspiração escandinava. “Acreditamos que o morar deve ser mais prático e compacto”, afirma Paloma Yamagata, que divide o comando do negócio com Aldi Flosi e Bruno Rangel. “Hoje, o espaço precisa cumprir diversas funções, por isso escolhemos móveis versáteis.”

CasaCor. Jockey Club de São Paulo. Avenida Lineu de Paula Machado, 875, Cidade Jardim. Terça a sábado, 12h às 21h; domingo, 12h às 20h. R$ 60,00 (ter. a qui.); R$ 76,00 (sex. a dom. e feriados); R$ 180,00 (entrada em todos os dias do evento). Grátis para crianças de até 12 anos. IR. estac. c/manobr.
(R$ 35,00). até 29 de julho. a partir de terça (22). www.casacor.com.

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