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Casa Clã discute gordofobia no mercado de trabalho

A mesa de "Empoderamento e autoamor" contou com mediação de Alessandra Balles, editora-chefe da Veinha, e as convidadas Letticia Muniz, Gabi Menezes e Mabê

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 15 mar 2023, 22h06 - Publicado em 9 mar 2023, 13h06
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  • A Casa Clã, em seu segundo dia de evento (9/3), com a mesa “Empoderamento e autoamor: mulheres gordas no mercado de trabalho” debateu a gordofobia no universo corporativo. Mediada por Alessandra Balles (@aleballes), editora-chefe da Veja SP, com participação da apresentadora, modelo e influencer Letticia Muniz (@letticiamunniz), Gabi Menezes (@gabimenezes), psicóloga e fundadora do movimento Saúde Sem Gordofobia, e a escritora, roteirista e podcaster Mabê (@ma_b), a conversa emocionou a plateia presente e levantou importantes questões que precisam ganhar destaque.

    As convidadas dividiram suas experiências como mulheres gordas no mercado de trabalho, e compartilharam as dores de conviver com a gordofobia no dia a dia. Em entrevista à CLAUDIA, Letticia Muniz compartilhou um pouco mais desta realidade: “Sempre existiram duas coisas na minha vida, a pressão de eu sempre ter que estar muito arrumada para não ser considerada relaxada por conta do meu corpo, e, em todos os meus trabalhos, a questão de eu ser hipersexualizada. Até hoje as pessoas me cobram e é como se a pessoa julgasse que eu não sou profissional.”

    “Eu sempre sofri por essas duas causas, mas ainda assim tinha emprego. Tem pessoas que não são contratadas por serem gordas, porque acham que aquela pessoa não vai ser boa e vai fazer a empresa ser mal vista. Ou, se for um outro tipo de trabalho, vão achar que aquela pessoa não tem resistência física para trabalhar, que ela vai viver cansada, que ela isso, que ela aquilo”, completa a modelo.

    Saúde sem gordofobia

    Por atenderem principalmente mulheres, e em especial mulheres gordas, a psicóloga Gabi Menezes e sua amiga pessoal Lais Sellmer fundaram o movimento Saúde sem Gordofobia, que conecta profissionais da saúde à pacientes gordas para que elas possam cuidar da saúde sem sofrerem com a gordofobia – uma realidade que, infelizmente, ainda é corriqueira nos consultórios, hospitais e pronto-atendimentos. “Nós já tínhamos uma lista de alguns profissionais principalmente de ginecologista, cardiologista que a gente passava pras nossas pacientes para que elas tivessem esse atendimento humanizado. Nós precisávamos expandir isso para todas as pessoas, porque alguns profissionais merecem ter esse conhecimento e eu acho que tem muita gente escondida que faz esse tipo de atendimento e nem sabe onde pode divulgar. Então, é uma plataforma que vai crescendo conforme vamos tendo indicações de pessoas e bons profissionais de saúde”, recorda.

    O acesso é totalmente livre e gratuito e, para inclusão na lista, é necessário responder a um questionário para garantir a ética profissional. “A gente faz uma análise bem minuciosa para entender se o profissional realmente não é gordofóbico ou se ele só tá querendo colocar o nome dele ali pra ganhar dinheiro de pessoas gordas e humilhá-las dentro do consultório”, explica Gabi.

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    Nas redes, o retorno em relação ao projeto é muito positivo. Algumas mulheres compartilham que passaram a cuidar mais da saúde e outras conseguem até voltar ao médico depois de anos sem se consultar.

    Moda e gordofobia

    Ao contrário do que a sociedade gordofóbica e os padrões de beleza impõem, Mabê se veste de acordo com sua personalidade. Em entrevista logo após o talk, a podcaster contou que sempre gostou de roupas e acessórios coloridos, mas não encontrava peças do seu tamanho. “Eu acho que eu consegui me encontrar de verdade quando eu comecei a ter mais poder aquisitivo, aí eu conseguia ter acesso, porque eu gosto de peças muito diferentes, eu gosto de me vestir de forma que você não encontra numa loja convencional”, recorda..

    Durante toda a sua vida, a apresentadora Letticia Muniz também enfrentou dificuldades para encontrar roupas que servissem. Inspirada em sua e tantas outras histórias, hoje ela tem uma marca de roupas própria que abraça corpos de todos os tamanhos.  “Ao mesmo tempo que é mágico, é muito desafiador, porque é como se fosse algo novo, que está começando a ser feito agora. É muito difícil encontrar fábricas que queiram fazer, e é difícil desenvolver modelagens para todos os corpos, que são muito diversos. Ao mesmo tempo, acho que é a maior alegria da minha vida, não só por mim, mas porque eu sei que, fazendo isso, outras mulheres vão encontrar essas peças para usar, para se sentirem lindas, gostosas e maravilhosas”, conta a modelo.

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    Assim como Letticia, que hoje cria e inspira outras mulheres gordas, Mabê – que já teve em Ju Romano a sua grande inspiração, hoje influencia muitas outras pessoas.  “Nossa, eu não conseguia usar um biquíni. Eu vejo você com biquíni, se sentindo tão bem e é tão legal ver isso que comecei a me sentir mais confortável. Estou vencendo esse medo”, finaliza.

    A Casa Clã acontece até 11 de março na Casa Higienópolis (Avenida Higienópolis, 758), em São Paulo, e é uma iniciativa das nossas grandes vozes femininas da Editora Abril: Boa Forma, CLAUDIA, Bebê.com e Elástica, com patrocínio de MSD e Buscofem, e apoio de Kia, Intimissimi, Calzedonia, Sculptra, ANK Jewellery e LinkedIn.

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