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Carro símbolo da seca no Sistema Cantareira foi furtado há 20 anos

Pelo número do chassi, polícia identificou boletim de ocorrência feito em abril de 1995. Caso nunca foi solucionado

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 1 jun 2017, 17h02 - Publicado em 4 mar 2015, 14h15
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    A carcaça de um veículo que estava na região da represa Atibainha, do Sistema Cantareira, e se tornou conhecida como “símbolo” da crise hídrica, é parte de um carro roubado há 20 anos. O objeto ficou conhecido depois de ser grafitado pelo artista paulistano Mundano, que pintou no objeto a frase “Bem-vindo ao Deserto da Cantareira”.

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    Pelo número do chassi, a polícia identificou um boletim de ocorrência do roubo, que ocorreu em 2 de abril de 1995, registrado no 74ºDP – Parada de Taipas, em São Paulo. O “veículo” foi apreendido no mês passado e sua dona, hoje com 53 anos de idade, deverá ser informada pelas autoridades sobre o episódio. O nome da proprietária não foi divulgado.

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    O caso nunca foi resolvido e, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a carcaça não trouxe nenhum indício que permitisse novas investigações. A polícia já sobrevoou a represa, que fica em Nazaré Paulista, interior de São Paulo, e não encontrou outros veículos abandonados. Desde o ano passado, 31 carros foram retirados do local.

    “Quem levou?”

    Mundano, de 29 anos, não sabia que o objeto tinha sido apreendido pela polícia. No mesmo dia em que constatou o desaparecimento do carro, voltou ao local e pintou uma réplica em uma das pilastras da represa. O desenho serviria, assim como a carcaça, para “medir o volume da água na represa”. Ao saber pela reportagem que a carcaça era de um automóvel roubado, quis saber mais. “Onde ele está? Quem levou?”, questionou o artista, que disse ter criado certa “afinidade” com toda a história.

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    “Tinha que ter um medidor mais acessível para a população saber o nível da água. O carro serve para essa referência”. Além do grafite, ele também plantou cactos com torneira ao lados dos espinhos no local e agora promete uma nova intervenção artística. Mundano e outro grafiteiro, que atende apenas por Mauro, preparam uma exposição com garrafas, pedaços de lata e outros objetos encontrados na represa, todos pintados. “Como ativista do meio ambiente, procurei uma forma mais de interessante de mostrar como tudo está lá”.

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