Consumidora compra camarão e relata ter surpresa após descongelá-lo

A personal chef Ludiana Knaus resolveu preparar um jantar entre amigos. Comprou, então, 2 quilos de camarão congelado da marca Premier Pescados em um supermercado da capital.

Segundo seu relato, ao descongelar o produto, tirou a água do saco e submeteu o fruto do mar à balança. Teve, então, uma surpresa desagradável: em vez de 2 quilos, o marcador acusava menos da metade do prometido, 968 gramas.

A chef publicou um post no Facebook contando o ocorrido em dezembro do ano passado, mesma data da compra. Em poucas horas a publicação viralizou. Voltou a circular recentemente e hoje conta com mais de 120 000 compartilhamentos:

Ludiana diz ter entrado em contato com o serviço de atendimento ao consumidor da empresa. A marca ofereceu o envio de uma nova embalagem como forma de ressarcimento.

De acordo com a consumidora, o SAC da empresa havia explicado que a forma de descongelamento praticado por ela foi um dos motivos do produto ter dado menos do que acusava a embalagem. Em reposta, ela comprou no dia seguinte outro pacote idêntico, também com 2 quilos, e realizou o procedimento conforme o orientado pelos atendentes. Afirmou que o resultado foi o mesmo: menos de 1 quilo.

Na semana seguinte, a compensação prometida pela Premier chegou: “Era um camarão bem maior, o saco estava mais cheio. E mandaram também uma peça de salmão“, lembra. Ao fazer o teste após o derretimento do gelo, o resultado foi o prometido na embalagem.

Peso líquido

VEJA SÃO PAULO procurou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, responsável pela fiscalização dos pescados congelados, para entender quais são os critérios para a determinação do peso líquido dos produtos.

O órgão informou que o peso da camada de gelo que recobre o artigo deve ser descontado do indicado na embalagem: “Se isso não ocorrer, trata-se de uma fraude por glaciamento não compensado. É ilegal. O glaciamento é uma camada de gelo que recobre o produto para proteger da ação do congelamento sobre o produto. Mas tem que ser descontado, quando determinado o peso líquido“.

Outro lado

Em nota, a Premier respondeu as acusações:

“A PREMIER PESCADOS esclarece que: Cumpre todas as boas práticas de produção de pescados congelados. Segue os padrões do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), com relação à quantidade limite de água nas embalagens que é de 12 % (INSTRUÇÃO NORMATIVA 21: ART. 4º).

Na ocasião do contato telefônico da consumidora Ludiana Knaus, ocorrido há sete meses, no dia 13 de dezembro de 2017, o nosso Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) seguiu as instruções e diretrizes previstas no Código de Defesa do Consumidor. 

A empresa, assim como outras marcas do setor, faz um trabalho de conscientização, não apenas do consumidor final, como de todos dentro da cadeia – da logística aos distribuidores e varejistas – sobre a importância de manter os pescados congelados sempre em temperatura igual ou inferior a -18ºC e sobre a forma correta de degelo antes do consumo. Um descongelamento não adequado ocorrido em qualquer etapa ou um recongelamento pode comprometer a qualidade do produto, inclusive, acarretando perda irreversível de água de composição, inerente ao corpo do camarão, que possui cerca de 70% de água em sua constituição fisiológica.  

Conforme a senhora Ludiana informou ao atendimento na ocasião, o pacote de Camarão 7 Barbas adquirido por ela foi exposto em temperatura ambiente por duas horas, forma não indicada de descongelamento. A empresa também contatou o distribuidor responsável pela venda para apurar as condições de armazenamento de seus produtos.

A Premier Pescados lamenta que a experiência da consumidora não tenha sido a esperada e está sempre trabalhando para aprimorar cada vez mais o atendimento ao consumidor. “

O caso não foi o primeiro no histórico da empresa. No site Reclame Aqui, existem outras seis reclamações de consumidores que relatam o mesmo tipo de problema, diferença entre o peso do produto descongelado e o que é declarado na embalagem.