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Câmara aprova Reforma da Previdência municipal; saiba o que significa

Sessão tensa foi marcada por protestos e repressão na última quarta-feira (10)

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
11 nov 2021, 11h33
Uma foto aérea mostra um grupo de manifestantes em um cruzamento. Há sacos de lixo pegando fogo e fumaça subindo.
Sampaprev 2: protesto contra reforma acaba em confronto no centro da cidade (TV Globo/Reprodução)
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A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, no início da madrugada desta quinta-feira (11), a reforma da Previdência do município. A aprovação se deu em segunda votação em meio a protestos dentro e fora da casa.

O Projeto de Emenda à Lei Orgânica, PLO, foi encaminhado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB). A proposta recebeu 37 votos favoráveis e 18 contrários. Na prática, o projeto muda a contribuição previdenciária dos servidores públicos aposentados e pensionistas da capital.

A iniciativa propõe a cobrança de uma alíquota de 14% no salário de todos os servidores que recebem acima de um salário mínimo, ou seja, R$ 1.100. Atualmente, a porcentagem é descontada apenas em remunerações superiores a R$ 6.433,57. 

Estima-se que cerca de 63 000 servidores passem a contribuir com a Previdência municipal após 120 dias da publicação da regra.

O vereador Fabio Riva (PSDB) disse na sessão que a cobrança é “necessária para a saúde financeira do Regime Próprio de Previdência Social dos servidores públicos”. Ele também citou um rombo no orçamento na ordem de R$ 171 bilhões de reais. 

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Já a vereadora Erika Hilton (PSOL) criticou a medida. “Se fala em rombo da Previdência, mas quando nós vamos olhar os números, o rombo não existe. O que falta é abrir concursos públicos e chamar aqueles já prestaram para assumir os cargos. Este é um projeto que confisca o salário de aposentados que ganham uma aposentadoria irrisória”, disse. 

Protestos

Servidores públicos municipais entraram em confronto com policiais militares e guardas civis metropolitanos durante protesto contra a medida em frente à Câmara Municipal de São Paulo. 

A concentração da manifestação começou por volta das 14h. O primeiro confronto com a Guarda Civil Metropolitana (GCM) ocorreu por volta das 16h30. Os manifestantes jogaram ovos, garrafas e mastros da bandeira contra o prédio da Câmara, em uma tentativa de invadir o local, e os guardas revidaram com bala de borracha. Os protestantes também atearam fogo em sacos de lixo na rua.

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A Polícia Militar disparou bombas de gás pimenta contra os manifestantes e uma mulher se feriu e fraturou a perna após os disparos. O comércio na região fechou as portas e a passagem no Viaduto Jaceguai, onde fica a Câmara, ficou comprometida devido ao confronto. 

Por volta das 18h30, enquanto os vereadores trocavam insultos durante a votação da reforma, quando o vereador Rubinho Nunes (Patriota) estimulou que a galeria interrompesse o discurso da vereadora Silvia Ferraro, da Bancada Feminista do PSOL, outra confusão voltou a ocorrer do lado de fora. Os manifestantes lançaram pedras e pedaços de madeira contra o prédio da Câmara. A GCM respondeu com bombas de gás. 

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