A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na noite desta terça (12) em primeira votação o projeto de lei para que as restrições aos veículos no Minhocão também ocorram aos sábados. Atualmente, o tráfego no Elevado Costa e Silva é proibido das 21h30 às 6h30 em dias de semana e durante os domingos e feriados.
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Dos 34 vereadores que compuseram a plenária, apenas Eduardo Tuma (PSDB) foi contrário à medida, que seguirá daqui quinze dias para segunda votação. Caso aprovada novamente, seguirá para sanção (ou não) do prefeito Fernando Haddad.
“Essa aprovação mostra avanço ao que o Plano Diretor propôs ao Minhocão, que é a desativação gradual do elevado e sua demolição ou transformação, parcial ou integral, em parque”, diz o autor do projeto, o vereador José Police Neto (PSD).
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“Até o final do semestre queremos que os sábados sejam devolvidos para a sociedade que já usa o Minhocão aos domingos como espaço para lazer”, diz. Segundo Police Neto, em fórum realizado recentemente para debater o futuro do Minhocão, o projeto foi colocado em pauta e a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) afirmou que a circulação de carros no local aos sábados é apenas 1/6 em comparação com o restante da semana.
A Associação Parque Minhocão apoia a medida. “As pessoas foram se apropriando naturalmente do espaço como espaço de lazer e os sábados se tornarão mais um período para isso”, diz Athos Comolatti, um dos fundadores do movimento. “Já colhemos 7 000 assinaturas que apontam como as pessoas gostam de usar o local para atividades diversas, como correr, fazer caminhada e atividades culturais promovidos pelos coletivos que se apropriaram do elevado”.
Não é o que pensa o Movimento Desmonte o Minhocão. “Os motoristas que usam o Minhocão aos sábados são distintos dos que trafegam nele durante a semana. Aos sábados são pessoas que vão ao centro fazer compras ou resolver assuntos pessoais. Impedi-las de usar a via prejudicará o comércio e os carros se acumularão nas pistas sob a estrutura se a prefeitura não oferecer alternativas”, alerta Francisco Machado, diretor do grupo. “A privacidade dos moradores que vivem a 5 ou 6 metros do Minhocão também será gravemente afetada, o que já ocorre nos outros horários que circulam pessoas ali”, completa.