A mulher e os dois filhos de um homem desaparecido fizeram ontem o reconhecimento da cabeça que foi encontrada na Praça da Sé na semana passada. Além de reconhecerem o rosto, eles deram informações que coincidem com as investigações do caso.
“A família nos procurou e há a suspeita de que realmente se trata de um parente deles”, confirmou Itagiba Franco, delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela investigação. “No entanto, a cabeça já está bastante deteriorada e não é possível ter certeza apenas pelo reconhecimento.”
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O próximo passo agora, segundo ele, é comparar o DNA da vítima com as informações genéticas da família, que foram coletadas. O resultado dos exames deve ficar pronto em quinze dias.
O caso
Por volta das 9h do dia 23 de março, um catador de papel encontrou em um saco de lixo duas pernas e dois braços humanos decepados. A sacola estava na esquina da Rua Sergipe com a Rua Sabará, em Higienópolis, em frente ao Cemitério da Consolação. Assustado, ele pediu a ajuda de um comerciante, que chamou a polícia. Mais tarde, por volta do meio-dia, um tronco foi achado na região, na esquina da Rua Mato Grosso com a Rua Coronel José Eusébio. Os policiais também encontraram nas sacolas plásticas um vestido. Apesar disso, o corpo é de um homem, que media entre 1,85 e 1,90 metro de altura.
As pontas dos dedos e parte da pele do tórax foram arrancadas para dificultar o trabalho da perícia. “Já vi casos parecidos, mas este impressiona por causa dos detalhes. A pessoa agiu para dificultar o trabalho da polícia”, diz o delegado Itagiba Franco.
Na manhã do dia 27 de março, Policiais da Guarda Civil Metropolitana (GCM) encontraram uma cabeça dentro de um saco plástico na Praça da Sé, no centro. Os agentes foram alertados por um pedestre que reparou uma grande concentração de moscas no local. No mesmo dia, peritos confirmaram que a cabeça pertencia ao corpo desaparecido em Higienópolis.