Na tarde de quarta (10), o analista de sistemas Gustavo Berlinck, de 38 anos, transitava pela ciclovia da Avenida Faria Lima quando, na altura do número 3 800, em frente ao Hotel Blue Tree, avistou uma bicicleta infantil apoiada em uma árvore. Seria uma cena corriqueira se a bike estivesse amarrada a uma corrente para que não fosse furtada. Não era o caso. A magrela havia sido abandonada em uma das vias mais movimentadas da cidade.
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“Quando a vi ali parada, tive certeza que era alguma pegadinha do Silvio Santos ou algum canal desses youtubers. Com certeza, o primeiro que tentasse pegar a bicicleta seria surpreendido por uma equipe e teria sua atitude condenada”, conta Berlinck, que resolveu seguir seu caminho.
Uma hora e meia depois de ter resolvido seus compromissos em uma escola de idiomas na região do Largo da Batata, ele voltava para casa, na Vila Olímpia, e notou que a bicicleta continuava estacionada no mesmo lugar, intacta. Neste momento, ele parou de pedalar e decidiu “entrar na brincadeira”. “Tinha certeza de que iria me surpreender.”
Gustavo diz que, ao tocar na bicicleta, ficou esperando ser abordado por câmeras ou brincadeiras. Nada aconteceu. “Achei bem estranho e comecei a me questionar o que aquela bike infantil fazia ali”. Dirigiu-se até a recepção do Blue Tree e perguntou se alguém havia visto o que tinha acontecido. Funcionários contaram que, naquela manhã, pai e filho pedalavam no local quando a criança caiu. Assustado, o pai socorreu o menino e deixou a bicicleta para trás.
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“Tenho um filho de quatro anos, sou usuário ativo da ciclovia e com certeza faria o mesmo. Preocupado com o bem-estar da criança, este pai acabou deixando a bicicleta novinha aqui.”
Gustavo afirma que chegou a ver com o hotel se eles poderiam ficar com bicicleta. Diante da negativa, decidiu levar o veículo para casa e postar um anúncio nas redes sociais para tentar encontrar o proprietário. A imagem já foi compartilhada mais de 2 600 vezes.
“Eu me coloquei no lugar do pai, que saiu correndo preocupado. A criança não merece ficar sem a bicicleta, né? Quem sabe achamos o pai rapidinho.”