Uma área de cerca de 1 000 metros quadrados localizada na Rua Augusta defronte à Praça Roosevelt, no Centro, a poucos metros do Parque Augusta, está sendo reformada pela prefeitura de São Paulo para a criação de um pequeno mirante, chamado tecnicamente de belvedere. Além de uma visão privilegiada de parte do bairro da Bela Vista e da praça, o espaço também deverá abrigar uma área de lazer com direito a palco e arquibancada, e também poderá receber um serviço de café. O projeto inclui ainda revitalização de um escadão que liga a Rua Augusta à Rua Avanhandava, que passa ao lado do Viaduto Júlio de Mesquita Filho.
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A obra do Belvedere Roosevelt, como o projeto foi batizado pela SPUrbanismo, está orçada em 4,3 milhões de reais e será financiada pelo Fundurb (Fundo de Desenvolvimento Urbano), que recebe os recursos provenientes da arrecadação de outorga onerosa e define a destinação dos valores. As intervenções incluem a criação de um jardim de chuva numa pequena encosta ao lado da escadaria. Como o nome sugere, esses dispositivos aumentam a permeabilidade do solo, drenam a água acumulada e colaboram para evitar os efeitos dos alagamentos. O plano é que esse jardim de chuva receba as águas pluviais acumuladas na sarjeta da Rua Augusta por meio de uma boca de lobo. Atualmente a cidade conta com cerca de 230 desses dispositivos, e a água armazenada em alguns deles é utilizada em serviços de zeladoria urbana.
Um dos que aprovaram a criação do novo espaço foi o engenheiro civil Fernando Mazzorolo, 62, presidente da Associação de Moradores da Praça Roosevelt. Ele conta que a área localizada ao lado do ponto de ônibus estava abandonada. “É importante observar que algo que estava sem uso vai proporcionar uma alternativa diferente e um espaço a mais de convivência”, diz.
O lado oeste, o que permite a vista para as ruas da Bela Vista, fica a 6 metros de altura das pistas do Viaduto Júlio de Mesquita Filho, via que recebe tráfego intenso de veículos. Para evitar quedas, o talude re- ceberá um guarda-corpo de vidro reforçado. Outra novidade é a iluminação, que deverá elevar a sensação de segurança para os que usam o escadão. Moradores de prédios vizinhos ao novo projeto localizados no trecho da Avanhandava que fica após a Rua Martinho Prado relatam já terem sido vítimas de roubos e muitos evitam passar pelo local. Um deles é o ator David Pereira, 27, que vive num prédio ao lado do escadão e já foi roubado ali. “O menino que levou meu celular saiu correndo pelo viaduto e sumiu. Tomara que a reforma evite situações assim.”
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Publicado em VEJA São Paulo de 15 de fevereiro de 2023, edição nº 2828