— Fiquei sabendo que o dono do prédio não é o filho do Maluf, só tem o mesmo nome que ele. Bom, se eu tivesse esse sobrenome, também ia negar que era parente.
Conversa entre duas mulheres sobre o proprietário do prédio, Flávio Maluf, homônimo do filho do ex-prefeito
— Não dá para fazer nada, né? É a lei do mercado.
— Agora é aproveitar e vir ao velório do cinema.
Conversa entre dois homens sobre o fechamento
+ Confira o que andam falando em outros lugares de São Paulo
— Olha, estão tirando fotos porque o cinema vai fechar.
— Vai fechar? Nossa, estou por fora.
Mulher, intrometendo-se na conversa entre duas amigas
— Muitos funcionários já foram embora. Eu vou ficar até o fim. Quero fechar a porta e apagar as luzes.
De uma das vendedoras da bilheteria
— Queria ver “Medos Privados em Lugares Públicos”, mas agora vai fechar. Perdi a oportunidade.
Mulher, frustrada por deixar escapar a chance de assistir ao drama de Alain Resnais, em cartaz no Belas Artes havia três anos e meio
— Será que desta vez fecha mesmo?
Senhora, com cerca de 80 anos
— Isto aqui vai virar um cemitério.
Vendedor ambulante, na porta do cinema
— Não tem quase nada para vender na lanchonete.
— É fim de feira.
Conversa entre um casal de idosos
— Vou vir todos os dias da semana. Quero fazer uma maratona para me despedir.
Senhora, com aproximadamente 70 anos
— Eu estou com a barriga cheia, só que esta é minha última chance de comer a pipoca daqui.
Garota, para amigas
— Cheguei atrasado porque estava fazendo canecas para quem quer ter uma recordação.
Dono da loja de DVDs do cinema, ao chegar ao local por volta das 3 da tarde, carregado de canecas com a inscrição I Love Belas Artes
— Vou guardar o guardanapo e a programação como lembrança.
Mulher, com uns 50 anos, para o marido, na saída do cinema
— Isto aqui virou um símbolo como o Teatro Municipal. É um marco da cidade.
Jovem, para um grupo de amigos