Eram 19h dessa terça (10), quando a secretária Carolina Lima de Oliveira, que se preparava para ir embora, ouviu um forte barulho de explosão. Ela trabalha na Fazenda Chapadão, em Guarda-Mor (MG), a 17 quilômetros da divisa com Goiás. O som parecia o de uma bomba, relata Carolina, mas era do jato Citation 7, de prefixo PT-WQH, pertencente ao banco Bradesco. “Antes da queda não deu para ouvir nada, mas quando houve o contato do avião com o solo, o barulho foi muito grande”, conta Carolina. “A fazenda é enorme, tem 7 500 hectares, e ficamos a 15 quilômetros do local da explosão. Mesmo assim o barulho foi assustador.”
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Na aeronave estavam quatro pessoas: o presidente da Bradesco Seguros, Marco Antonio Rossi, que também acumulava o cargo de vice-presidente da instituição; o presidente da Bradesco Vida e Previdência, Lúcio Flávio Condurú de Oliveira; o piloto Ivan Morenilla Vallim; e o copiloto Francisco Henrique Tofoli Pinto. Não houve sobreviventes.
No momento da queda, cinco funcionários da Fazenda Chapadão trabalhavam nas proximidades. O acidente, noticiado pelo rádio comunicador da propriedade, deixou todos em alerta.
“Os meninos (funcionários) correram para lá, mas não havia o que ser feito. A queda foi tão forte que o avião entrou, pegando fogo, cinco metros pela terra”, diz Carolina. “Agora está tudo lacrado, ninguém pode entrar na área delimitada. Lá é um pasto. No momento do acidente não havia nenhum boi pastando.” Apesar disso, segundo ela, as atividades da fazenda Chapadão não estão interrompidas.
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Em nota, a Força Aérea Brasileira afirma que já trabalha no local do acidente. Veja nota completa da FAB:
Com relação ao acidente com a aeronave Cessna 650, prefixo PT-WQH, que caiu na cidade de Guarda-Mor (MG), na última terça-feira (10/11), o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica informa que uma equipe composta por seis militares do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) chegou à Fazenda Chapadão, às 8h10, desta quarta-feira (11/11), e dirigiu-se ao local do acidente, que fica a 15 km da fazenda, para iniciar as investigações.
Durante essa Ação Inicial, os militares vão coletar partes da aeronave, documentos, imagens e ouvir testemunhas. Já são levantados dados sobre a meteorologia da rota, o plano de voo da aeronave e a imagem radar do deslocamento.
Cumprindo o previsto na Convenção para Aviação Civil Internacional, o CENIPA já efetuou a notificação da ocorrência à OACI (Organização da Aviação Civil Internacional) e ao NTSB (National Transportation Safety Board), órgão investigador do país fabricante do avião. Vale ressaltar que a investigação do CENIPA tem como finalidade a prevenção de acidentes aeronáuticos. Não há prazo para conclusão das investigações.