“O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” foi um marco na carreira de Audrey Tautou, em 2001. Embora a atriz já tivesse feito telefilmes e outros longas-metragens, ela só ganhou projeção internacional com essa fita, indicada a cinco prêmios no Oscar. Audrey se desvencilhou do papel da boa samaritana em produções como “O Código Da Vinci” e “Coco Antes de Chanel”. Mas filme vai, filme vem… e os roteiristas sempre dão um jeitinho de, digamos, recriar a personagem que a consagrou. E isso ocorre mais uma vez na comédia Uma Doce Mentira.
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Dirigida pelo francês Pierre Salvadori (de “Amar Não Tem Preço”, também estrelado por Audrey, em 2006) e ambientada na charmosa cidade de Sète, no sul da França, a produção flagra as confusões arquitetadas por uma cabeleireira. Sócia de um salão de beleza, Émilie (Audrey) só consegue voltar seus olhos negros para o trabalho e nem repara em Jean (Sami Bouajila), um funcionário apaixonado por ela, responsável pelos serviços pesados do lugar. Por trás da timidez e da simplicidade, o discreto rapaz possui formação superior, é poliglota e escreve poemas. Confiante no seu taco, ele manda uma carta de amor anônima à patroa.
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Além de ignorá-la, Émilie aproveita o romântico conteúdo para enviar uma mensagem, igualmente sem assinatura, a sua mãe, Maddy (Nathalie Baye). Essa sessentona anda na fossa quatro anos depois de ser abandonada pelo marido. Após ler a declaração do suposto admirador secreto, Maddy remoça e tenta a qualquer custo descobrir a identidade dele. Mal sabe ela que tudo não passa de uma armação de sua bem-intencionada filha. A protagonista vive atrapalhada com os sentimentos, porém tem o dom de buscar a felicidade alheia. Por isso, ela se esquece de seu próprio bem-estar. Lembra algo de Amélie Poulain, não? Apesar de inferior ao título que revelou Audrey, “Uma Doce Mentira” traz reviravoltas, simpatia e encanto numa trama graciosa para agradar, sobretudo, ao público feminino.