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A cada três dias, uma queixa de assédio é registrada no Metrô ou na CPTM

Desde janeiro, foram registradas 29 denúncias de abuso; policiais infiltrados reforçam a segurança nos vagões

Por Luan Flavio Freires
Atualizado em 5 dez 2016, 15h03 - Publicado em 26 mar 2014, 10h51
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  • Vinte e nove queixas de assédio sexual no Metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) foram registradas desde o início do ano na Delegacia do Metropolitano (Delpom). O levantamento comprova que a cada três dias uma pessoa faz uma denúncia de abuso no transporte público sobre trilhos de São Paulo.

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    De acordo com o delegado Cícero Simão da Costa, titular da Delpom, o problema é ainda mais grave. “Isso representa apenas os relatos que chegaram até nós, mas estimamos que esse número seja muito maior. É por isso que as vítimas devem sempre denunciar.”

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    Costa destacou que agentes infiltrados estão reforçando a segurança nos vagões do Metrô e da CPTM. Eles ficam à paisana nas plataformas e nos trens com a missão de identificar os abusadores. O grupo é formado por agentes da Polícia Civil, seguranças do Metrô e da CPTM e guardas civis.

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    A queixa considerada uma das mais graves deste ano aconteceu na tarde do dia 17. Foi quando o estudante de administração Adilton Aquinio dos Santos, de 24 anos, embarcou por volta das 15h30 em um vagão lotado na Linha 7-Rubi da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). De acordo com o boletim de ocorrência, após imobilizar uma mulher de 30 anos, ele forçou a vítima a retirar parte da calça. Em seguida, ejaculou na perna da mulher, que gritou. Revoltados, passageiros espancaram Adilton, que foi preso acusado de estupro na Estação Luz. A passageira precisou ser levada ao hospital para tratar da luxação e teve alta no mesmo dia.

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    “Encoxadores”

    Em depoimento, Adilton disse à polícia que sua atitude foi motivada por grupos em redes sociais que têm o objetivo de promover abusos no transporte público. Denominados “encoxadores”, eles compartilham histórias, fotos e vídeos sobre o tema.

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    A relações públicas Alice Martone, de 24 anos, foi uma das pessoas engajadas em denunciar os grupos para o Facebook, que acabou retirando algumas páginas do ar. Ela mesma já presenciou um caso de assédio no fim do ano passado. “Estava com uma amiga no metrô e um homem começou a pressioná-la”, conta. “Nós reclamamos, o vagão não estava tão cheio, e ele respondeu que era o balanço do trem. Quando todo mundo começou a olhar feio, ele desembarcou.” Segundo ela, a amiga não quis registrar queixa.

    Técnicos da Unidade de Inteligência Policial (UIP) estão investigando os grupos nas redes sociais para que eles sejam retirados do ar e os responsáveis punidos. Segundo Costa, a polícia vai pedir a quebra do sigilo dos perfis dos autores dessas páginas à Justiça, inclusive de quem criou os endereços que já foram apagados.

    Outros casos

    No dia 21 de fevereiro, um caso semelhante ao que aconteceu no dia 17 deste mês também foi registrado na Delpom. Um homem foi detido na Estação Bresser, após ser acusado de abusar de uma mulher em um vagão lotado que partiu da Estação Tatuapé. 

    No mesmo dia, um suspeito foi detido na Estação Anhangabaú. De acordo com a vítima, o acusado amarrou um celular no tênis para tentar tirar fotos dela. Durante uma perseguição na escada rolante, ele teria apalpado a mulher, que revidou com tapas, sendo agredida posteriormente com chutes. Como nenhuma imagem foi encontrada em seu aparelho, ele assinou um termo de compromisso e foi liberado.

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