O deputado estadual de São Paulo Arthur do Val (Podemos) chegou no Aeroporto de Guarulhos na manhã deste sábado (5) e pediu desculpas pelos áudios vazados que circularam na sexta (4). Nas gravações, o parlamentar, que estava na Ucrânia, país em guerra, afirmou que as mulheres do país “são fáceis porque são pobres”.
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Escute as gravações aqui. Na chegada ao Brasil, Arthur falou com a imprensa e se posicionou sobre o conteúdo. Ele afirmou que foi para a Ucrânia em uma missão humanitária e que gravou as mensagens quando estava cruzando a fronteira ucraniana com a Eslováquia.
“O clima era outro e aí é que vêm os áudios, foi nesse momento que a gente relaxou. Nesse momento que a gente estava na Eslováquia, o clima era diferente. E eu peguei e mandei em áudio em um grupo privado de amigos. Falei besteira, falei. Sou homem para assumir o que falei. Eu vi um monte de mulheres bonitas sendo simpáticas e falei: Por que isso está acontecendo? Talvez porque aqui em São Paulo as mulheres sejam mais inacessíveis, não sei”, disse o deputado.
“E eu mandei esse áudio e foi sim um áudio machista, peço desculpas a todas as mulheres que se sentiram ofendidas […] foi errado o que eu falei, foi um momento de empolgação. Mandei um áudio infeliz. Se as pessoas quiserem me julgar, as pessoas têm esse direito. Quero só que entendam o contexto”, comentou Arthur.
Após o caso, o Podemos emitiu uma nota afirmando que as declarações do deputado são “gravíssimas e inaceitáveis. Não se resumem ao completo desrespeito à mulher, seja ucraniana ou de qualquer outro país, mas de violações profundas relacionadas a questões humanitárias, em um momento em que esse povo enfrenta os horrores da guerra”.
O pré-candidato à presidência da República, Sergio Moro, também comentou o caso. “Lamento profundamente e repudio veementemente as graves declarações do deputado Arthur do Val divulgadas pela imprensa. O tratamento dispensado às mulheres ucranianas refugiadas e às policiais do país é inaceitável em qualquer contexto. As declarações são incompatíveis com qualquer homem público”.