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Aritana: “Meu pai sempre cobrou muito e isso me fez mais forte”

Primogênita de Oscar Maroni, dono da boate Bahamas, a paulistana eliminada do Masterchef diz que o programa foi só um degrau para sua trajetória como chef 

Por Tatiana Izquierdo
Atualizado em 1 jun 2017, 16h42 - Publicado em 6 ago 2015, 16h54
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aritana_masterchef (Divulgação/)
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Na última terça (4), a paulistana Aritana Maroni se atrapalhou no preparo de uma torta de maçã e se tornou o décimo primeiro aspirante a cozinheiro eliminado do reality show exibido pela Band. “Sou péssima com doces, não sei fazer mesmo. Nunca tinha feito uma torta e me dei mal”, afirma a filha de Oscar Maroni, polêmico dono da boate Bahamas.

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Aos 36 anos, casada há dez anos com Paulo, um amigo de infância, e mãe de Igor, de 10 anos, e Manuela, de 7 anos, Aritana foi uma das participantes de destaque do programa por causa do seu jeito duro de jogar e pela rivalidade com outro concorrente, Fernando. “Aquilo era um jogo e eu precisava ganhar. Tinha que me defender.” A “casca” e o jeito mandão e desbocado herdou do pai, diz ela, que recebeu VEJA SÃO PAULO na boate de Maroni, em Moema (Zona Sul). “Apesar desse jeito despachado dele, meu pai sempre foi rígido e isso fez de mim uma mulher mais forte.”

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No lado de fora do MasterChef, no entanto, a ideia é trabalhar em conjunto. Nos planos está a criação do Bendita Colher, projeto de food truck que servirá um prato diferente a cada dia e contará com chefs convidados. Ainda na cozinha, Aritana alimenta o sonho de fazer um estágio em um dos restaurantes do chef Henrique Fogaça, um dos jurados do programa.

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“O MasterChef foi uma grande escola. Vou estudar mais e aprender com tudo isso. Não vou desisitir de ser chef.” De seu escritório, entre reuniões e telefonemas, o pai falava com empresários e emissoras de TV e cuidava também dos negócios da filha. “Ela tem de aproveitar essa oportunidade e se jogar. Ela vai ganhar o mundo”, afirma, orgulhoso.

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Quando questionada se a fama do pai atrapalhou-a na competição, confessa que só a equipe da produção inicialmente sabia sobre seu histórico familiar. “Os participantes e os jurados nem imaginavam, só depois foi revelado.”

Inspiração indígena

Aritana é a primogênita da família Maroni, formada ainda por três homens: Aruã, Aratã e Acauã. Os nomes foram inspirados na novela Aritana, exibida pela Tupi em 1978 e que tinha como astros Carlos Alberto Ricceli e Bruna Lombardi. “Aritana na novela era um personagem homem. Mas, na língua indígena, o nome significava ser guerreiro, ter poder. Eu usei para batizar minha primeira filha”, conta Maroni.

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Da infância até os 20 anos, ela morou na Rua Oscar Freire, entre a Rebouças e a Artur de Azevedo. Depois que os pais se separaram, ficou por um tempo com a mãe no bairro Paraíso. Estudou no tradicional colégio Dante Alighieri, nos Jardins, e diz ter sido expulsa por não gostar de estudar e ser muito arteira. “Eu odiava escola. Pulava o muro para ir para a rua. Arrumava briga para defender meus irmãos, meus amigos. Além disso, tinha dislexia e o colégio disse que ali não ia rolar”, conta aos risos. Depois de concluir o ensino médio aos trancos e barrancos, graduou-se em cinema na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).

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Na rotina juvenil, ainda havia espaço para trabalhar com o pai na casa de entretenimento adulto, algo que despertava a curiosidade dos amigos homens. “Meu pai era bem rígido e não deixa a gente circular pela boate. As salas do escritório e a cozinha eram os nossos limites”, conta.

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Crescer em um meio tão heterodoxo poderia ser um sofrimento para algumas pessoas. “Nunca me maltrataram por meu pai ter uma casa onde homens e mulheres se divertem.” Outro ponto, segundo ela, foi enxergar o mundo com outra perspectiva. “Aprendi a não ter preconceitos.”

Até camisinhas

Ao andar pelo salão principal do Bahamas, todas as mulheres que trabalham por lá chamam a ex-MasterChef carinhosamente de “Tana”. Às 16h, quando recebeu a reportagem, alguns clientes já circulavam de roupão em meio às garotas seminuas.

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De uma das salas do Bahamas, onde atualmente trabalha, conta que passou a se interessar pelo mundo das panelas ainda jovem, inspirada pelos avós italianos. A especialidade do avô era o capeletti in brodo, que acabou se tornando uma herança familiar. “Depois que ele morreu, eu e minha mãe passamos a preparar a massa. Servimos sempre no Natal.” Apesar do valor afetivo do prato, ela diz preferir preparar risotos e carnes.

Aritana, no entanto, não se mete na cozinha do Bahamas. Quem comanda o espaço é o chef Edilson Bandera. “Ali só dou pitacos na hora de montar o cardápio.” Ela fica responsável pelo abastecimento do local. “Vejo o que precisa na cozinha, no bar e até se faltam camisinhas.”

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