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Após desabamento, prefeito faz reunião com moradores de Paraisópolis

Projeto de reurbanização da comunidade teve início em 2020, mas trecho onde ocorreu o incidente ainda não tinha previsão de início para requalificação

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 22 Maio 2024, 17h59 - Publicado em 17 out 2021, 18h50
Imagem mostra Ricardo Nunes e Gilson Rodrigues conversando, ambos de máscara
Ricardo Nunes ao lado de Gilson Rodrigues em Paraisópolis (Leon Rodrigues/ Secom Prefeitura de São Paulo/Divulgação)
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Um dia após o desabamento de um sobrado na comunidade de Paraisópolis, que provocou a morte de uma pessoa e deixou outras quatro feridas, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), esteve neste domingo (17) no local para uma reunião com moradores e lideranças da comunidade.

Nunes já havia passado no local na noite de ontem, logo após a ocorrência do desabamento. Durante a reunião, os moradores pediram obras de urbanização em Paraisópolis, entre elas, uma antecipação da canalização do córrego Antonico, uma área de risco onde ficava o sobrado que desmoronou no final da tarde de ontem (16).

Um projeto de reurbanização de Paraisópolis teve início em abril do ano passado, mas o trecho que previa a canalização do córrego deveria ser feito em uma outra etapa, que ainda não tinha data para ser iniciada. As famílias também pediram por uma política habitacional para os moradores da comunidade.

Em entrevista hoje após a reunião, o prefeito afirmou que as obras do córrego serão antecipadas. Para isso, será preciso convencer os moradores que moram na região do córrego a deixarem suas casas.

“Precisamos que as famílias saiam do local, para que a gente faça a demolição dos imóveis e que a gente possa fazer a reurbanização. Já está licitado. O dinheiro já está garantido. São mais de R$ 100 milhões, para 1,5 km de extensão. Como é preciso fazer uma obra importante em local que está ocupado, tem essa questão de que as pessoas precisam sair do local para fazer a obra”, disse o prefeito.

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Para tentar convencer as famílias a deixarem seus imóveis para o início das obras, Nunes diz que a prefeitura irá fornecer um auxílio aluguel de R$ 400 por mês, valor considerado baixo pelas famílias, insuficiente para alugar uma casa em São Paulo.

“É um valor estabelecido em lei. Não tenho como fazer alteração. Posso buscar outras formas ou alterar a legislação”, explicou o prefeito. “Quem está em cima do córrego, o risco é muito grande, como aconteceu ontem com esse desabamento, quando houve morte”, acrescentou Nunes, informando que 1,5 mil famílias estão na área de risco sobre o córrego Antonico.

Enquanto isso, a prefeitura deve fornecer auxílio para os moradores das casas que foram atingidas pelo desabamento ontem. “As oito famílias que tiveram suas casas atingidas [no desabamento] não entram no critério do aluguel social, porque estão desabrigadas. Elas serão atendidas de forma especial pela Secretaria de Assistência Social nem que seja para a colocação em hotel. Isso é imediato, e já está sendo feito”, disse Nunes.

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TRAGÉDIA ANUNCIADA

Na manhã deste domingo (17) o líder comunitário de Paraisópolis, Gilson Rodrigues, se pronunciou sobre o caso. De acordo com Gilson, o desabamento ocorreu na área do córrego Antonico, onde vivem cerca de 3 000 famílias em situação de risco. “Esse acontecimento é uma tragédia anunciada”, disse Gilson.

“A obra do córrego estava prevista dentro do programa de urbanização de Paraisópolis. Uma obra paralisada, que encerrou os sonhos dos moradores de poder ter acesso à moradia digna e viver em condições melhores”, relata o líder comunitário. De acordo com Gilson, o problema se torna mais grave em épocas de chuva, quando as ruas de Paraisópolis viram praticamente rios por conta das enchentes.

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“Esse problema já foi apontado por diversas vezes e sinalizado à prefeitura e ao Governo do Estado. Inclusive durante o massacre dos nove jovens mortos no baile da 17 foi colocado como prioridade. Essa obra não aconteceu. O desabamento que ocorreu hoje, deixando pelo menos quatro feridos , é apenas a ponta do iceberg de uma tragédia muito maior que pode acontecer se algo não for feito imediatamente”, cobrou.

Com Agência Brasil

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