A chefia de segurança da USP mudou de mãos. No lugar do oficial reformado da Polícia Militar Luiz de Castro Júnior, entra a antropóloga Ana Lúcia Pastore, especializada em direitos humanos e integrante do Núcleo de Estudos da Violência. A decisão foi uma das primeiras tomadas pelo novo reitor da universidade, Marco Antonio Zago.
Ana Lúcia tem mestrado e doutorado em Antropologia Social e coordena o Núcleo de Antropologia do Direito da USP. Sua atuação é voltada à antropologia do Direito e sistemas de justiça. A indicação demonstra uma mudança política na condução da questão da segurança na universidade, tema de discussões entre reitoria, professores e estudantes.
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Em 2012, a indicação de Castro foi controversa. Além dele, outros dois coronéis reformados da polícia haviam sido contratados para chefiar a Guarda Universitária. Castro foi escolhido por ter trabalho ligado a patrulhamento, mas parte da comunidade acadêmica, contrária à presença de policiais no câmpus, reagiu mal à sua contratação.
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A escolha pelo ex-policial se deu logo depois da assinatura de um acordo entre a PM e a USP. O convênio foi firmado em 2011, quando um alto número de crimes era registrado no Butantã, o mais grave deles tendo sido a morte de um estudante em uma tentativa de assalto.
Pouco tempo depois da aliança, três alunos foram detidos por policiais dentro da universidade por portarem maconha, o que desencadeou uma série de protestos que culminaram com a invasão da reitoria naquele ano.