Assim que viu a Represa Atibainha, em Nazaré Paulista, completamente seca no dia 11 de outubro, o pequeno Breno, de 3 anos, perguntou: “Cadê a água?”. A mãe, a administradora Ingrid Venturini, não soube explicar, mas repetiu com o garoto a mesma foto que havia feito em abril, quando o reservatório ainda estava cheio. Além de chamar a atenção para o problema em São Paulo, uma montagem com as duas imagens postada por Ingrid nas redes sociais conseguiu até esta terça-feira (21) quase 9 000 compartilhamentos.
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“Eu não imaginava que ia chegar nessa situação. A gente costumava passear de barco e jet-ski, a água não tinha fim, parecia com o mar”, conta Ingrid. Como um tio mora próximo à represa, ela e outros familiares viajam com frequência para o local nos feriados e fins de semana. “Eu sabia que o nível estava baixo, mas não imaginava que chegaria a esse ponto.”
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A realidade fez Ingrid economizar ainda mais em casa. A água usada para o banho do filho, por exemplo, é reaproveitada para dar descarga. A máquina de lavar roupa, que era ligada três vezes por semana, só entra em funcionamento quando está cheia, a cada quinze dias.
Além disso, a economia virou bandeira para a administradora nas redes sociais. “Enquanto as pessoas estão vendo a torneira saindo água, está tudo bem, ficam esbanjando. Mas agora eu acredito que pode acabar.”
Nesta terça-feira (21), o Sistema Cantareira, que abastece a capital e a região metropolitana, conta apenas com 3,3% de sua capacidade, em uma das maiores crises hídricas enfrentadas no estado.