Anima Mundi: brasileiro assina vinheta do festival deste ano
Alê Abreu, do premiado 'Garoto Cósmico', é o segundo brasileiro convidado a criar uma animação para o evento
Seja portfólio, mostra competitiva, curta ou longa-metragem. Independentemente da sessão, um vídeo será sempre exibido antes de todas as animações do Anima Mundi: a vinheta do festival.
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Este ano, o animador incumbido de fazer a animação de 30 segundos foi Alê Abreu. O paulistano de 39 anos, diretor do longa “Garoto Cósmico” (2007), premiado na Venezuela e no Irã, recebeu o convite dos próprios criadores do evento, que o consideram “um dos grandes expoentes da animação brasileira atualmente”, segundo Aída Queiroz, uma das cabeças do festival.
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Esta é a segunda vez que um brasileiro assina a vinheta da mostra. O primeiro foi o brasileiro Rui de Oliveira, em 1998, quando o festival passou a convidar animadores para criar a abertura do evento.
Além da vinheta, Alê apresenta, nesta edição do Anima Mundi, o episódio piloto de ‘Vivi Viravento’, um desenho animado que conta a história de uma menina muito curiosa que vai em busca de Viravento, um lugar mágico onde sua avó escritora busca ideias para os seus contos.
Em entrevista ao site da VEJA SÃO PAULO, Alê Abreu conta o que serviu de inspiração para a vinheta do Anima Mundi e quais os seus planos futuros.
Como surgiu o convite da curadoria do Anima Mundi para fazer a vinheta do festival deste ano?
Recebi o convite no final do ano passado. Foi uma grande honra, afinal minha história com o Anima Mundi começou na primeira edição do festival, em 1993, quando participei com meu primeiro curta. Nos anos seguintes, exibi mais dois curtas, fui premiado com “Espantalho”, lancei o longa “Garoto Cósmico”, em 2007, ano em que tive uma sessão retrospectiva de meus filmes e participei do Papo Animado. Agora, em 2010, será exibido “Vivi Viravento”, piloto de uma série que estamos realizando.
Como foi criar a vinheta?
Neste ano havia um tema, os 18 anos do festival. Busquei representar o espírito tão intenso de liberdade da juventude. Conhecer o mundo e até outros mundos na variedade de técnicas linguagens e estilos que a animação possibilita.
A trilha sonora é do Barbatuques?
A trilha é do André Hosoi, um dos integrantes do grupo. Nossa amizade vem de longa data, éramos colegas na pré-escola. Há algum tempo o acompanho e admiro seu trabalho. Achei que tinha tudo a ver com a vinheta do Anima Mundi.
Que animações ou diretores você indica no festival deste ano?
Ainda não pude ver a programação, mas as sessões de abertura são sempre imperdíveis. Eu não costumo escolher muito os filmes. Cada sessão em Anima Mundi é uma caixa de surpresas.
Como você, que é um animador reconhecido internacionalmente, enxerga o crescimento do mercado de animação brasileiro?
O Brasil vive um momento muito especial na animação. O que falta é chegar ao público, principalmente através da TV.
Você pensa em transformar a cidade de São Paulo em tema para uma animação?
Estou trabalhando na produção de meu novo longa, “Cuca no Jardim”. O personagem parte do sertão, em busca do pai, e chega a uma grande cidade, que tem muito de São Paulo. Também estamos trabalhando no seriado de “Vivi Viravento”, com produção da Mixer. Vivi é uma menina que viaja pelo mundo com a avó. Cada episódio é em um lugar diferente. Quem sabe elas passam por São Paulo?
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