A modelo a apresentadora Andressa Urach segue internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora da Conceição em Porto Alegre (RS). Segundo boletim médico divulgado na tarde desta terça (2), Andressa passou por uma nova cirurgia para retirada de resquícios de hidrogel em suas coxas, está sedada e respira com a ajuda de aparelhos. Confira íntegra do boletim médico:
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“GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO
BOLETIM MÉDICO SOBRE O ESTADO DE SAÚDE DA PACIENTE ANDRESSA DE FAVERI URACH
A paciente Andressa de Faveri Urach encontra-se internada na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Nossa Senhora da Conceição e seu estado de saúde é grave, porém estável. Permanece sedada e respirando com auxílio de aparelhos.
Hoje à tarde, a paciente foi novamente ao Bloco Cirúrgico para procedimentos que transcorreram sem nenhuma intercorrência. Não há previsão de alta da UTI.
HENRIQUE SALTZ NETTO CRM RS 27878 e WILLIAN VICTOR LISSA DALPRÁ CRM RS 24.785″
O problema da modelo foi ocasionado pelo uso de uma substancia à base de poliamida, um tipo de gel sintético aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O caso de Andressa chama atenção para os limites do uso de preenchedores de volume, como o hidrogel (nome popular). Apesar de liberada sua utilização em qualquer área do corpo, médicos especializados não costumam utilizar deste gel em grandes áreas, como no caso das pernas e nádegas.
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Foram 500ml em cada umas das coxas. Para grandes áreas, médicos especializados e cirurgiões plásticos indicam o uso de próteses de silicone ou enxerto de gordura do próprio paciente.
“Antes de tudo é importante saber qual produto realmente foi utilizado no corpo de Andressa. Em qualquer caso de aplicação de preenchedores, o risco de infecção existe. Esses processos inflamatórios, chamados de glanuloma, podem ocorrer em quaisquer casos pois o próprio organismo cria um mecanismo de defesa”, explica Eliza Minami, cirurgiã plástica e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Entre os produtos aprovados pela Anvisa estão o ácido hialurônico, hidroxiapatita de cálcio e o ácido polilático, que são utilizados em aplicações no rosto, para preencher volumes nas áreas como o bigode chinês, os vincos e depressões.
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Qualquer procedimento que envolve a aplicação de produtos no organismo está passível de problemas. “No caso de Andressa pode ter acontecido uma contaminação do produto antes mesmo da aplicação”, descreve Eliza.
A Sociedade Brasileira de CIrurgia Plástica não aprova o uso de substâncias classificadas como inabsorvíveis, como o silicone ou silicone industrial (DMSO) e o gel PMMA (polimetil metacrilato), que não devem ser aplicadas em nenhuma região do corpo.