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OLÁ,

Alunos se tornam vereadores por um dia

Adolescentes de 55 escolas apresentam na Câmara Municipal idéias que eles gostariam de ver transformadas em leis

Por Filipe Vilicic
Atualizado em 5 dez 2016, 19h30 - Publicado em 18 set 2009, 20h28

Há cerca de um mês, o estudante Jonas Rosa, de 15 anos, aluno do 9º ano (antiga 8ª série) do Colégio Augusto Laranja, teve uma boa idéia para melhorar a vida dos deficientes físicos paulistanos. Ao perceber a dificuldade dos surdos em pedir informações nas estações de metrô, ele se questionou se não deveria haver ali alguém que soubesse a Língua Brasileira de Sinais para ajudá-los. Decidiu, então, botar a mão na massa. Com a ajuda de três colegas, formulou um projeto de lei que obriga ao treinamento de funcionários públicos para se comunicar com surdos e mudos. Metrô, trens, centrais de informações e outras áreas de grande fluxo de pessoas seriam afetados pela iniciativa. “A estrutura da cidade, com suas calçadas esburacadas, não é pensada para os deficientes”, afirma ele, numa demonstração de cidadania (e de português formal) que não é lá muito comum para alguém de sua idade. “Essa parcela da sociedade precisa de mais atenção.”

O projeto de lei foi apresentado por Jonas na sétima edição do Parlamento Jovem, no último dia 14. No evento anual, 55 alunos do 6º ao 9º ano mostram planos para melhorar São Paulo. Reúnem-se na Câmara Municipal, como se fossem vereadores. Desta vez, 120 escolas se inscreveram para participar. Cinco vereadores ? os adultos ? selecionaram as 55 melhores sugestões (41 de colégios particulares e catorze de públicos), defendidas pela moçada no plenário. “O objetivo é politizar os jovens”, diz o vereador José Farhat (PTB), criador do encontro. “Mas, às vezes, dá para aproveitar algumas das idéias.” A de Jonas foi adotada pela vereadora Mara Gabrilli (PSDB), tetraplégica, que tem como bandeira a defesa dos interesses de deficientes físicos. “Não sei como não pensei nisso antes”, elogia Mara. “Vou protocolar a iniciativa assim que acertar alguns detalhes, como o foco no âmbito municipal, sem incluir o metrô, por exemplo.” Confira a seguir cinco propostas que surgiram no encontro.

Jonas Rosa, 15 anos, 9º ano do Colégio Augusto Laranja

Problema: a dificuldade de surdos e mudos para se comunicar em locais públicos

Solução: ensinar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) a funcionários da prefeitura

“Os deficientes físicos precisam viver com dignidade. É necessário adaptar serviços e lugares para recebê-los”

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Átila Cruz, 13 anos, 9º ano do Colégio Nova Cachoeirinha

Problema: os cidadãos não sabem como reagir em situações de perigo, como acidentes de carro e assaltos

Solução: aulas de primeiros socorros, noções de trânsito, segurança preventiva e pessoal para estudantes do 5º ao 9º ano do ensino fundamental

“Há muita violência no mundo, e é necessário saber se proteger diante de uma ameaça”

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Mariane Teotonio, 14 anos, 9º ano do Colégio da Polícia Militar ? Unidade Santo Amaro

Problema: os estudantes do ensino público não têm formação cultural adequada

Solução: promover visitas obrigatórias a museus e locais históricos

“Falta rigor na educação. Não poderia ser tão fácil passar de ano e concluir o ensino médio”

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Emmanuel Pereira, 13 anos, 8º ano do Colégio Oliveira Telles

Problema: o desperdício de papel que poderia ser reciclado

Solução: implantar a coleta seletiva de lixo em órgãos municipais

“Devemos cuidar do planeta, que está sendo devastado pelo ser humano”

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Kauan Dantas, 12 anos, 7º ano da Escola Municipal Terezinha Mota de Figueiredo

Problema: a poluição causada pela frota paulistana de carros

Solução: para cada veículo vendido, uma árvore deve ser plantada

“As pessoas precisam se preocupar com o meio ambiente em vez de destruí-lo”

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