Um dia inteiro para aplicar maquiagem. Depois, mais duas horas para retirá-la. Assim é a rotina do performer Alisson Gothz, que desde os 16 anos (hoje tem 36) dá vida a personagens exóticos que cria e apresenta em boates da capital. A vontade de se pintar surgiu nos anos 80, com a onda new wave. “Eu me identifiquei com aquelas pessoas de lápis nos olhos”, diz. Seu elaborado figurino — inspirado em trajes usados por David Bowie e Boy George — já o deixou em situações constrangedoras, como ficar preso na porta do carro. “Uma vez fiquei entalado na porta de um clube e os seguranças me socorreram”, conta.
Formado em jornalismo e teatro, Gothz era presença constante em espaços como Morcegovia, Retrô, Armageddon e Madame Satã em décadas anteriores. Em 2005, representou a noite paulistana em um evento na Holanda. Seus autorretratos também foram exibidos em galerias da Finlândia, Espanha e França. Apesar das performances extravagantes, trata-se de uma pessoa tímida. “Nunca deixo que fotografem meu rosto sem pintura”, afirma. A calma só é quebrada em uma ocasião: “Detesto quando me chamam de Lady Gaga”.
+ Conheça outras lendas da noite paulistana