Jacques Leclair, protagonista do remake global “Ti-ti-ti”, é um sujeito excêntrico, espalhafatoso, mulherengo, competitivo e que só pensa na promoção da sua carreira como estilista da Zona Leste. Vira e mexe, aliás, um de seus quatro filhos reprova seu comportamento. Nada — ou pouquíssimo — a ver com Alexandre Borges, de 44 anos, ator que dá vida ao personagem.
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Doce, ele recebe cada um dos fãs com um sorriso no rosto. Ao falar, olha nos olhos do interlocutor, faz pausas para escolher as palavras e move seus longos braços e mãos em gestos expansivos, mas cuidadosos. Há dezessete anos, vive um casamento sóbrio com a atriz Julia Lemmertz, mãe de seu filho, Miguel, de 10 anos. Em comum com Leclair, Borges tem só o gosto pelo trabalho e um pezinho paulistano.
Nascido em Santos, morou na capital paulista diversas vezes. Aos 19 anos, veio para cá tentar a carreira artística. Fez parte do Centro de Pesquisa Teatral (CPT), de Antunes Filho, do Teatro Oficina, de José Celso Martinez Corrêa, e do premiado grupo Boi Voador, com o qual encenou espetáculos no Centro Cultural São Paulo.
“Como o Leclair é expansivo, tenho a oportunidade de usar muito do que aprendi no teatro.” Distante dos palcos há nove anos, planeja montar em 2011 — “aqui, quem sabe?” — uma peça que escreveu inspirada naqueles tempos. Quando vem à cidade, aproveita brechas na agenda de gravações para encontrar os amigos e rondar pelos lugares que marcaram o início de sua carreira. “Foi um período muito marcante para mim”, diz. “Gosto de relembrar.”