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A luta de quem perdeu um familiar em uma tragédia

Paulistanos falam sobre sua difícil jornada em busca de justiça

Por Daniel Bergamasco
Atualizado em 27 dez 2016, 18h08 - Publicado em 28 out 2011, 23h50
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  • As três histórias relatadas a seguir têm como ponto em comum não apenas a perda de familiares queridos, que foram vítimas de motoristas imprudentes. O engenheiro Rafael Baltresca, o jornalista Ricardo Viveiros e a gerente comercial Mirela Corradine, cada um a sua maneira, também partilham do engajamento na luta por justiça. O caso de Mirela é o mais recente: no dia 2 de outubro, o marido morreu atropelado por um caminhoneiro não identificado. Ainda em choque, ela espera um desfecho semelhante ao de Viveiros, que depois de catorze anos conseguiu localizar o dono de um Opala que lhe tirou, de uma vez, filho e neta. No domingo 23, o jornalista levou 500 pessoas ao lançamento do livro “O Poeta e o Passarinho” (Editora Biruta), narrativa metafórica sobre perda escrita pouco tempo após a tragédia e só agora publicada.

    Já Baltresca, que teve a mãe e a irmã atingidas por um Golf numa calçada ao lado do Shopping Villa-Lobos, em 17 de setembro, arregaça as mangas de outra forma. Ele se engajou em uma causa recém-lançada pela seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil: a criação de um projeto de lei para endurecer a punição a atropeladores bêbados. Sua participação ajuda a divulgar a petição, que em dez dias conseguiu mais de 120.000 adesões (cerca de 10% do necessário para ingressar na Câmara dos Deputados) e pode ser vista no site https://www.naofoiacidente.com.br. Para todos eles, a mobilização não é apenas uma medida para criar um país mais justo, mas também para buscar algum conforto em meio a tanta tristeza. “Saber que a justiça foi feita pode ajudar essas pessoas a encontrar sentido para seguir sua vida”, diz a psicóloga especialista em luto Gabriela Casellato, doutora pela PUC.

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