Da Mooca ao Itaim Paulista. Da Penha à Cidade Tiradentes. Do Tatuapé a Guaianases. Um conjunto coordenado de ações da Prefeitura de São Paulo em diversas áreas está fazendo a imensa Zona Leste paulistana mostrar o melhor de sua forma. O programa inclui ações como recapeamento de ruas, melhorias no transporte público, ampliação no atendimento médico nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) para 24 horas, intervenções para evitar enchentes e investimento em câmeras inteligentes com reconhecimento facial.
É tanta coisa que dá para dizer que um novo capítulo de vida está sendo escrito na ZL.
Uma das faces visíveis dessas ações é o atual programa de recapeamento da prefeitura de São Paulo, o maior de toda sua história. O revestimento asfáltico adotado privilegia materiais como o SMA (Stone Matrix Asphalt), utilizado na Alemanha e na França. Mais da metade da área recapeada recebeu esse material, que é mais resistente à fadiga e tem vida útil maior.
Outra iniciativa de atenção ao trânsito que também está ganhando espaço na Zona Leste é o Faixa Azul, de faixas exclusivas para motociclistas em vias expressas. O programa, criado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), é conhecido por reduzir acidentes graves de motociclistas, que são agora efetivamente vistos pelos motoristas de carros, e também por melhorar a fluidez do trânsito em até 15%.
A Prefeitura irá implantar mais de 200 quilômetros de Faixa Azul pela cidade até o fim de 2024. Na ZL, ela está nos dois sentidos da Jacu-Pêssego. As avenidas Aricanduva, Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello, Salim Farah Maluf e Dom Hélder Câmara são as próximas.
Um melhor ir e vir
Junto às impactantes melhorias nas vias, a Prefeitura está incrementando decisivamente o transporte público da região, que atualmente conta com três terminais de ônibus e 108 linhas (que, assim como no resto da capital, são gratuitas aos domingos), além de 18 estações de metrô.
E o que está por vir entusiasma: O BRT (Ônibus de Trânsito Rápido, na sigla em inglês), que circula em vias segregadas e tem prioridade nos cruzamentos. Com obras aprovadas, o BRT Aricanduva terá um corredor de 13,8 quilômetros, da Radial Leste até o Terminal de São Mateus.
A previsão é atender 290 mil passageiros por dia, beneficiando 1 milhão de paulistanos. Prevê-se que o tempo de espera no embarque seja de, no máximo, 1 minuto.
Em fase de planejamento, está o BRT Radial Leste, que vai ligar por 9,8 quilômetros o Terminal Pedro II, na região central, à Vila Aricanduva.
Viver bem
A Prefeitura acelerou iniciativas para melhorar a qualidade da moradia dos habitantes da Zona Leste. O programa Pode Entrar, que também está em outras regiões – é o maior programa habitacional já lançado em SP – chegou à ZL. O projeto é parte da transformação da região mais populosa da cidade. Na Mooca, antigas áreas industriais da icônica rua dos Trilhos vão dar lugar a dois conjuntos com 833 apartamentos e o número total de unidades habitacionais no bairro chegará a 2031. Em Guaianases, os dois condomínios terão, juntos, 968 lares, que receberão cerca de 5 mil pessoas.
E não é só. Na saúde, 12 centros foram reformados. Cinco Unidades de Pronto Atendimento (UPA) passaram a funcionar 24 horas por dia, ampliando a assistência à população. O Hospital Dia, na Penha, também passou a operar 24 horas, com capacidade para atender 20 mil pessoas por mês.
Prevenção e novidades
Para prevenir alagamentos na região, estão passando por obras de contenção o córrego Rio Verde, em Cidade Líder, o Aricanduva, em Itaquera, Morro Grande, em Sapopemba, Ribeirão Itaquera, em Guaianases, e Itaim, no Itaim Paulista.
Em Guaianases, no final de maio, a Prefeitura entregou o Parque Linear da Vila Princesa Isabel. As intervenções também incluíram contenções e a construção de espaços para exercícios e uma pista de skate – projeto aprovado pelo hexacampeão mundial Sandro Dias, o Mineirinho. O investimento foi de R$ 52,8 milhões e vai beneficiar mais de 25 mil pessoas na região.
Segurança
Para segurança do morador, a Prefeitura lançou em 2023 o programa Smart Sampa, de videomonitoramento, que pretende distribuir pela cidade 20 mil câmeras com recursos de inteligência artificial para reconhecimento facial.
Diversos pontos da Leste já foram contemplados, como o Itaim Paulista, onde estão 900 desses equipamentos. Outras 300 câmeras operam na Cidade Tiradentes, cuja base da Guarda Civil Metropolitana também passou por reforma.
Soluções criativas que envolvem moradores e o Poder Público têm ajudado a tornar os bairros mais humanos. Como a criação de hortas urbanas em áreas antes ociosas e degradadas. Há 33 dessas delas na Zona Leste cadastradas no Sampa+Rural, programa desenvolvido pela SMDET (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho), que recebeu o prêmio de Inovação Ibero-Americana em 2023, na 20ª Assembleia Geral da União das Cidades Capitais Ibero-Americanas (UCCI).
A ideia é produzir alimentos orgânicos, sem a utilização de agrotóxicos. Seus realizadores promovem também o Sampa+Rural: Acelerando Hortas, da Agência São Paulo de Desenvolvimento, o ADE Sampa, que está em sua segunda edição e premia com R$ 30 mil em materiais e assistência técnica e financeira projetos voltados para o incremento dessa cultura. Uma dessas plantações está no bairro de São Mateus, que chega a produzir de 5 a 6 toneladas de 33 variedades de hortaliças por mês.
Na mesma linha de valorizar as relações humanas, estão os Núcleos de Convivência para Idosos (NCI). São espaços para atividades socioeducativas para quem tem mais de 60 anos.
A programação é bastante variada e pode incluir desde aulas de ioga e pilates até sessões de artesanato. Há mais de 13 mil vagas nos 93 NCIs da capital, sendo que 36 deles ficam na região.
Os novos empreendedores da Leste
Não basta dar o peixe, é preciso ensinar a pescar. Para isso surgiram iniciativas como o projeto Meu Trampo é Empreender, promovido pela Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania. A iniciativa é realizada em parceria com o Instituto Besouro de Fomento Social e Pesquisa. O CEU Inácio Monteiro, em Guaianases, recebeu, em abril, jovens de 15 a 29 anos para a segunda edição do projeto, que tem como missão incentivar e fortalecer o empreendedorismo nas áreas periféricas da cidade.
São duas fases distintas. Na primeira delas, os interessados assistem a aulas e fazem um planejamento para seus negócios. Em seguida, as ideias de maior potencial são acompanhadas por 90 dias, com 12 horas de consultoria especializada. Em sua primeira edição, o Meu Trampo é Empreender teve, em toda a cidade, a participação de 8.345 jovens, em 341 grupos.
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