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OLÁ,

3 perguntas para… Renato Aragão

Comediante recebe homenagem na terceira edição do Risadaria

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 17h19 - Publicado em 15 mar 2012, 18h10

Aos 77 anos, o comediante Renato Aragão se renova a cada geração que conhece seu trabalho. No ar desde a década de 60, o famoso Didi Mocó ganha homenagem na terceira edição do Risadaria, evento que ocupa o Pavilhão da Bienal entre quinta (22) e domingo (25). Além de uma exposição, o público poderá conferir filmes e quadros inéditos no programa “Os Trapalhões”.

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VEJA SÃO PAULO — O senhor acompanha o trabalho dos humoristas que despontaram com o stand-up comedy?

Renato Aragão — Eu durmo muito cedo, perto das 22 horas já estou na cama, e os programas começam cada vez mais tarde. Então, tenho pouca oportunidade de ver a rapaziada. Ao teatro eu também quase não vou. O que conheço é pela internet. Lá eu vejo os vídeos e gosto. Esses meninos, Danilo Gentili, Marco Luque, Rafinha Bastos, Fábio Porchat, fazem o humor do tempo deles. Ocuparam um espaço que se impôs, embora não seja nenhuma inovação. Em 1900 e bolinha já se fazia stand-up. O humor é flutuante, vai e volta. A embalagem muda, mas a fórmula continua a mesma.

VEJA SÃO PAULO — Como o senhor explica o fato de estar há mais de quatro décadas no ar?

Renato Aragão — Até eu tento entender isso. Meu público é infantil, faço um humor voltado para as crianças. A maioria dos meus fãs tem hoje entre 30 e 50 anos, e eles eram pequenos no auge do programa e dos nossos filmes. Essa meninada virou pai e apresentou “Os Trapalhões” para os filhos, e assim atinjo uma quarta geração. O Didi tem uma leveza com a qual as crianças se identificam. E talvez essa leveza tenha ficado mais rara na TV.

VEJA SÃO PAULO — Está mais difícil fazer humor hoje por causa da pressão do “politicamente correto”?

Renato Aragão — O humorista vive engessado e não pode fazer nem 10% do que era feito nos anos 70. Sempre falamos de branco, de negro e eu era chamado de paraíba. Nunca tivemos a intenção de magoar ninguém e tampouco de causar constrangimentos. Se o Mussum criava piadas em que bebia cachaça era porque aquilo soava divertido e, de certa forma, fazia parte da vida dele. Em nenhum momento incentivávamos o público a consumir bebidas alcoólicas. Se a patrulha continuar intensa, vamos chegar a um ponto em que vai ser impossível fazer humor no Brasil.

 

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