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3 perguntas para… Pedro Serrano

Publicitário lança o filme "Luto em Luta" em homenagem a amigo morto em atropelamento

Por Miguel Barbieri Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 16h53 - Publicado em 22 set 2012, 00h50
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  • Quando Vitor Gurman foi atropelado na Rua Natingui, em Pinheiros, em julho de 2011, seus colegas se reuniram para dar um basta na impunidade que brinda os motoristas infratores. Foi assim que nasceu o Movimento Viva Vitão. Amigo da vítima desde a infância, o diretor publicitário Pedro Serrano, de 25 anos, quis ajudar de alguma forma. Realizou, então, o documentário Luto em Luta, que aborda acidentes de trânsito ocorridos recentemente e estreou na última sexta.

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    VEJA SÃO PAULO — Você faria o filme mesmo sem ter perdido seu amigo?

    Pedro Serrano — Não. Acho que precisávamos de uma perda tão dura para que nos déssemos conta do problema. A bandeira do Movimento Viva Vitão é a da conscientização e da educação no trânsito. Um mês depois da morte do Vitor, comecei a pensar no documentário. Era uma ferramenta mais acessível ao público do que uma palestra, por exemplo. Gastamos muito pouco, cerca de 35.000 reais, e só conseguimos viabilizá-lo porque os profissionais abraçaram a causa e cobraram um cachê simbólico ou nem receberam nada. Temos o objetivo de envolver a sociedade nas mudanças da lei para tornar crime o ato de dirigir embriagado.

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    + Como alguns prefeitos lidaram com o trânsito

    VEJA SÃO PAULO — Quais irregularidades foram observadas durante as filmagens?

    Pedro Serrano — Carros, pedestres, ciclistas, motos… Todos cometem erros. Mas o motorista do automóvel, por ser o elo forte dessa corrente, tem de estar mais atento. A irregularidade dele talvez custe uma vida. Devemos entender o trânsito como algo coletivo. Há infrações extremas, tipo beber e dirigir, e até muito comuns, como fazer uma conversão sem dar seta. O mais chocante, contudo, é ver os motoristas banalizando o sinal vermelho, o que pode acarretar um acidente grave. Chegamos a contar quinze casos desse em apenas uma hora de filmagem.

    VEJA SÃO PAULO — Por que não entrevistar ou ao menos mostrar o rosto dos atropeladores?
    Pedro Serrano —
    O princípio do documentário não é promover uma vingança ou apontar quem são os matadores. Esse papel já foi feito pela mídia, e quem quiser saber mais tem como encontrar. Também não teria condições de entrevistá-los porque eu não seria imparcial e, provavelmente, eles nem falariam comigo. Se fosse pelo caminho da raiva, acabaria afastando as pessoas, e eu quero a grande massa vendo o filme. Além de o filme ser projetado nos cinemas, poderia haver exibições em colégios, autoescolas, internet, TV… Eu prefiro que 1 milhão de pessoas o vejam a ganhar um prêmio.

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