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3 perguntas para… Leopoldo Pacheco

Ator encarna o escultor Auguste Rodin (1840-1917) no drama "Camille e Rodin"

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 17h06 - Publicado em 16 jun 2012, 00h50

O ator paulistano Leopoldo Pacheco, de 51 anos, tornou-se especialista em personagens reais. Depois de interpretar o poeta francês Paul Verlaine, em “Pólvora e Poesia”, e o escritor Euclides da Cunha, em” Piedade”, ele encarna o escultor Auguste Rodin (1840-1917) no drama “Camille e Rodin”, que estreia na sexta (22).

+ Melissa Vettore e Leopoldo Pacheco são “Camille e Rodin”

VEJA SÃO PAULO — O que o motiva a interpretar personagens verídicos?

Leopoldo Pacheco — Tenho vontade de entender como homens densos e geniais tiveram vidas tão conturbadas. Com “Camille e Rodin”, mostramos um amor marcado pelo preconceito e pela violência. Mesmo depois de anos, a sociedade continua parecida e pronta para consumir as atrocidades que ocorrem ao redor. Uma mulher acaba de esquartejar o marido, e a televisão passa horas explorando o tema. O teatro é uma maneira de discutir a razão pela qual esse tipo de reação ainda acontece. Desta forma eu me olho e também me transformo.

VEJA SÃO PAULO — Você deixou o elenco da comédia “Maria do Caritó” — que estreia por aqui em agosto depois de muito sucesso no Rio de Janeiro — por essa peça. Por quê?

Leopoldo Pacheco — Trata-se de uma opção artística. Eu me apaixonei por esse trabalho e, como sou contratado da Rede Globo, posso fazer as escolhas com mais conforto. “Maria do Caritó” é um projeto de amigos e foi sensacional atuar com a Lilia Cabral por um ano, mas agora eu estou esculpindo argila em cena. Estudei artes plásticas na Faap. Ao fazer teatro, canalizo minha energia para o palco e neste momento tenho um reencontro com a antiga vocação.

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VEJA SÃO PAULO — O fato de também trabalhar como cenógrafo, figurinista e maquiador de teatro foi uma forma de manter a relação com as artes plásticas?

Leopoldo Pacheco — Eu me sinto muito mais vivo no teatro e não consigo me desprender. Mas, quando escolho um trabalho, preciso saber que aquilo é possível. Não teria tempo de me comprometer com cenários e figurinos para um musical. Então faço parcerias com amigos, como o pessoal do grupo “Os Fofos Encenam”. Em “Camille e Rodin”, sou responsável pelo visagismo, cuidando da harmonia visual dos atores e do equilíbrio entre os figurinos e a maquiagem.

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