O Festival Anima Mundi chega à sua 12ª edição paulistana com ares de superprodução. De quarta (23) a domingo (27), o Memorial da América Latina e o Centro Cultural Banco do Brasil receberão 441 filmes de 42 países. Será uma bela oportunidade para conhecer um pouco da história e da vanguarda do cinema de animação. Enquanto numa sala os adultos assistirão a uma retrospectiva dos trabalhos de Ray Harryhausen, 88 anos, pioneiro no uso de massinha, em outra os adolescentes poderão trocar idéias com James McCoy, papa dos filmes em 3D feitos especialmente para jogos de videogame. O festival reúne produções que muitas vezes nem chegam ao circuito comercial. É o caso do curta-metragem Dossiê Rê Bordosa, do cineasta paulistano Cesar Cabral. Idealizado como um thriller policial ao estilo de O Bandido da Luz Vermelha, o filme estreou no festival de documentários É Tudo Verdade e levou dois prêmios no Cine-PE e três no Festival de Cinema de Paulínia. “Como ele tem apenas dezesseis minutos, será difícil achar espaço para exibi-lo”, afirma Cabral.
Outra característica do Anima Mundi é a diversidade. Produções realizadas por estudantes concorrem em pé de igualdade com as de diretores experientes. Um exemplo é Maman Je T’Aime, trabalho de conclusão de curso de três jovens cineastas franceses, candidato a melhor curta deste ano. Quem pensa que só gente do meio se interessa pelo tema está enganado. Criado em 1993, no Rio de Janeiro, hoje o evento é o maior do gênero na América Latina. Em 2007, atraiu quase 40 000 pessoas ao Memorial. “A edição paulistana, com cinco dias, recebeu o mesmo número de visitantes da carioca, que durou dez dias”, conta o diretor do festival, Cesar Coelho.
Anima Mundi 2008. Memorial da América Latina. Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664, 3823-4690, Barra Funda. Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112, centro, 3113-3651. De quarta (23) a domingo (27). R$ 1,50 a R$ 6,00.