Avatar do usuário logado
OLÁ,
Imagem Blog

Na Plateia

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Indicações do que assistir no teatro (musicais, comédia, dança, etc.) por Laura Pereira Lima (laura.lima@abril.com.br)

“Leopoldina, Independência e Morte”: a versão da imperatriz

Sara Antunes dá voz à primeira mulher de dom Pedro I no drama escrito e dirigido por Marcos Damigo

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 6 jun 2018, 14h44 - Publicado em 6 jun 2018, 14h43
Sara Antunes, na peça que enfoca uma personagem esquecida (Victor Iemini/Divulgação)
Continua após publicidade

Em tempos de representatividade urgente, Leopoldina, Independência e Morte traz à tona uma personagem relegada ao time dos figurantes. Com texto e direção de Marcos Damigo, o drama protagonizado por Sara Antunes dá voz à primeira mulher de dom Pedro I.

Em 2 de setembro de 1822, cinco dias antes do grito às margens do Ipiranga, a austríaca Leopoldina (1797-1826), então regente interina, declarou o país livre de Portugal. Nos registros oficiais, porém, pouco sobrou além da imagem de esposa traída e resistente à adaptação aos trópicos.

+ Aos 50, Teatro Anchieta revive sua história.

Só por esse reparo, a peça já se mostra relevante e ousada, afinal é praticamente nula a tradição de um teatro voltado para as raízes históricas. Por isso mesmo, o autor optou por uma veia didática, necessária para esclarecer o público em relação aos feitos e à identidade dos personagens.

Dividida em três partes, a montagem começa com a protagonista irritada diante da possibilidade de fincar pé no Brasil. Culta e refinada, ela se incomoda com a falta de liberdade e o esnobismo da família do marido. O monólogo se quebra quando a imperatriz recebe a visita de José Bonifácio (papel de Joca Andreaza), seu aliado.

Continua após a publicidade

+ Yara de Novaes volta à cena em Justa.

No ápice do espetáculo, Leopoldina, solitária e delirante no leito de morte, revê as muitas perdas e os poucos ganhos. Sara dá um salto como intérprete ao se desprender do rigor imposto pela cronologia histórica e mergulhar em um conflito psicológico capaz de sacudir o espectador, que, até então, se via diante de uma eficiente, mas pouco surpreendente obra teatral (80min). 12 anos. Estreou em 26/5/2018.

+ Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112, centro. Segunda e quarta a sábado, 20h; domingo, 18h. R$ 20,00. Até o dia 21.

Publicidade