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OLÁ,

‘Dory’ de estimação: lojistas apostam em vendas do peixe blue tang

A importadora Azul Fish trouxe de países como Quênia e Filipinas 200 unidades da espécie; estoque esgotou em apenas três dias

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 1 jun 2017, 16h04 - Publicado em 9 jul 2016, 00h00
Procurando Dory
Procurando Dory (Divulgação/)
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Em 2003, quando Procurando Nemo foi lançado, as lojas especializadas em aquarismo comemoraram. O sucesso da animação aumentou as vendas do peixe-palhaço. A corrida tem tudo para se repetir agora com o blue tang, ou cirurgião-patela, a mesma espécie da personagem principal da sequência do filme.

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Lançado no último dia 30, Procurando Dory contabilizou, na semana de estreia, a impressionante marca de mais de 1,4 milhão de espectadores nas salas brasileiras. De olho nessa onda favorável, estabelecimentos como a Eco Marine, com filiais em Moema e na Lapa, criaram estratégias prevendo o interesse de consumidores por um exemplar azul e amarelo. “Anunciamos nosso negócio em oito cinemas da capital”, diz o sócio Luiz Spadari.

Antes da estreia do desenho, ele mantinha disponíveis três espécimes do pet, vindos de locais como a Austrália. Recentemente, o comerciante reforçou o estoque para dez. No mês passado, a importadora Azul Fish trouxe de países como Quênia e Filipinas 200 unidades do tipo, o dobro do volume normal. Na última semana, assim que liberaram os produtos aos lojistas, tudo se esgotou em três dias.

Spadari
Spadari ()
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De água salgada, como o peixe-palhaço, o blue tang tem preço alto, o que pode espantar os compradores. O “Nemo” vale cerca de 70 reais e se mostra mais fácil de cuidar, e a “Dory” custa em torno de 500 a 800 reais. “Trata-se de um peixe sensível, que exige do dono um conhecimento maior de aquarismo”, afirma Mariana Pestelli, veterinária da rede Petz. “Ele precisa estar em um tanque de, no mínimo, 200 litros.” A espécie atinge até 30 centímetros de comprimento e vive dez anos, em média.

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Esse tipo de comercialização sempre gera alguma controvérsia. Enquanto o “Nemo” também se reproduz em cativeiro, o blue tang deve ser retirado da natureza. Se isso for feito de modo descontrolado, pode causar até sua extinção (as ONGs já começaram a fazer campanha de alerta sobre “Dory”).

Para quem quiser apenas admirar o bicho, há três blue tangs e quatro peixes-palhaço iguais ao personagem em exposição no Aquário de São Paulo, na Zona Sul. O fenômeno de aumento de demanda provocado por filmes não é inédito. O longa Beethoven (1992), por exemplo, popularizou os cães da raça são-bernardo. O mesmo ocorreu com os dálmatas, depois do longa 101 Dálmatas (1996), e com os rough collies, depois da série de TV Lassie (1954-1974). Até os porquinhos entraram na dança, com Babe (1995).

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