A excelente mostra compreende
essas relações estabelecidas no período pelo casal
formado pela portuguesa Maria Helena Vieira
da Silva (1908-1992) e pelo húngaro Arpad
Szenes (1897-1985) e pelos artistas brasileiros.
A dupla aportou no Rio de Janeiro em 1940 e por
lá permaneceu até 1947. Muito bem tramada, a
curadoria do crítico Paulo Herkenhoff exercita
alguns diálogos lógicos e outros lógicos e outros
nem tanto, perpassando a produção do Brasil
entre a década de 20 e os nossos dias. A seleção
de 100 obras enfoca, sobretudo, Maria Helena.
Seu início de carreira é marcado pela figuração
geométrica à maneira do modernismo, e nisso
encontrou eco em Tarsila e Portinari. Pouco depois,
ela realizou estudos de perspectiva semelhantes
aos de Alberto da Veiga Guignard. Ao
abandonar as formas mais reconhecíveis, antecipou
o abstracionismo informal virulento de Antonio
Bandeira e o neoconcretismo de Lygia
Clark. Maria Helena ainda chegou a assinar a
decoração com azulejaria de um restaurante carioca,
análoga a trabalhos de Athos Bulcão, Volpi
e da contemporânea Adriana Varejão. Menos
representado do que a esposa, Szenes surge com
pinturas feitas sobre jornal. Elas são postas em
comparação aos experimentos com papel de Antonio
Manuel. De 18/05/2011 a 26/06/2011.
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Vieira da Silva/Arpad Szenes e Rupturas no Espaço da Arte Brasileira
Comida & Bebida, Lazer & Cultura, Shows & Noite.
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