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OLÁ,

Tarsila Popular

Resenha por Tatiane de Assis

Tarsila Popular, no Masp, não se deixa engolir por Abaporu (1928), nem por obras  que “mimetizam” o cubismo, vide a figura nua de Academia Nº 2 (1923).  O público pode ver assim a surpreendente A Fazenda (1950), em que cores aparecem de forma mais fluida do que na fase célebre da pintora. Considerando as consequências da escravidão e a posição social de Tarsila, questiona-se também o exotismo da mulher na tela A Negra (1923). 

A exposição, com cinco núcleos e cerca de noventa obras, está instalada no primeiro andar do Masp. A abordagem do conjunto investiga personagens, paisagens e narrativas. “Você já ouviu falar que a planta que aparece em Manacá (1927) é usada por indígenas com fins curativos?”, questiona Fernando Oliva, que divide a curadoria com Adriano Pedrosa, diretor artístico do museu.

Também no referido quadro, é possível observar a utilização de cores, ditas caipiras. Os tons foram ressuscitados pela pintora durante uma viagem, com amigos: “Encontrei em Minas as cores que adorava quando criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Segui o ramerrão do gosto apurado… Mas depois vinguei-me da opressão”, rememorou a artista em um depoimento em 1927.

Ainda em Tarsila Popular, os visitantes poderão ver outras telas clássicas da artista, a exemplo de Antropofagia (1929), Operários (1933) e A Cuca (1924).