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OLÁ,

Rosa

VejaSP:
  • Direção: Ana Paz
  • Duração: 90 minutos
  • Recomendação: 12 anos

Resenha por Dirceu Alves Jr.

Alguns espetáculos, especialmente solos, são veículos certeiros para o brilho de um bom ator. Sob a direção de Ana Paz, o monólogo dramático escrito pelo americano Martin Sherman é um exemplo. Na pele de uma senhora de 79 anos que enfrenta um período de luto judaico, o shivah, Debora Olivieri presenteia o espectador com um impressionante desempenho. Capaz de aliar técnica e emoção, a atriz paulistana de 55 anos dispensa a maquiagem e surpreende ao investir na modulação da voz, nos gestos trêmulos e na postura para driblar a diferença de idade. Rosa é uma senhora judia que, sentada em uma cadeira no palco vazio, conta sua trajetória de vida. Relembra a infância sofrida em uma aldeia ucraniana, comenta a passagem pelo Gueto de Varsóvia, a perda de uma filha e a reconstrução da vida nos Estados Unidos até os dias atuais. Com todas as fichas depositadas no trabalho de Debora, a direção de Ana Paz, no entanto, mostra-se contida e quase invisível. Essa economia de recursos aliada ao imenso texto, algumas vezes, dá um peso excessivo à montagem. Boa parte da plateia, porém, não disfarça a emoção com a história de superação de Rosa e garante a Debora um momento memorável como intérprete, tão segura e sincera, que impede a sobreposição do depoimento ao teatro. Estreou em 7/10/2013. Até 10/12/2013.

Coincidência: quando leu o texto pela primeira vez, a atriz Debora Olivieri ficou surpresa ao notar que a personagem nasceu na mesma aldeia que sua avó e sua bisavó.

+ Leia entrevista com a atriz Debora Olivieri no blog do Dirceu