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Resenha por Laura Ming

Após ser interditado pela Vigilância Sanitária e ficar fechado por vinte anos, o antigo Hospital Matarazzo, na Bela Vista, abriga uma das mostras mais bacanas da cidade. A montagem custou 15 milhões de reais e foi organizada pelo grupo Allard, que comprou o complexo e planeja transformá-lo em um hotel de luxo. Tem seu quê de marketing, é verdade, sobretudo por divulgar indiretamente o novo empreendimento. Mas o resultado do conjunto revela-se muito bom. Foram selecionados 100 artistas para produzir peças exclusivas que dialogassem com a história do edifício. A construção de estilo florentino do início do século passado tem 27 000 metros quadrados e é tombada pelo patrimônio histórico. Seu aspecto abandonado deixa a visita ainda mais fascinante. Na instalação Proposta, de Cinthia Marcelle, por exemplo, caminha-se sobre a poeira que se “teria” acumulado por duas décadas. Rodrigo Bueno retratou, em A Triangulação da Dualidade, uma cena bíblica com esculturas encontradas nos jardins do lugar. Em cada canto do hospital há obras de arte. Quase todas elas devem ser destruídas quando a exibição terminar. Algumas, como Valquíria Matarazzo, criada pela badalada artista portuguesa Joana Vasconcelos para ocupar toda a capela, serão incorporadas ao projeto.

Controvérsia: alguns artistas se recusaram a participar porque a exposição está associada ao lançamento de um projeto imobiliário.

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