- Direção: Damien Chazelle
- Duração: 128 minutos
- Recomendação: Livre
- País: Eua
- Ano: 2016
Na cena de abertura, motoristas presos no trânsito de Los Angeles saem dos carros para contemplar mais um dia de sol. Detalhe: eles cantam, dançam e fazem coreografias em cima dos capôs. Se a descrição da sequência causou estranheza, será melhor procurar outro programa. Grande vencedor do Globo de Ouro (com sete prêmios) e apontado como favorito ao Oscar, o segundo longa-metragem do prodígio diretor Damien Chazelle, de apenas 31 anos, é uma celebração aos musicais. E que celebração! Com referências aos sapateados de Fred Astaire e Ginger Rogers e até aos modernos West Side Story e Moulin Rouge, La La Land narra a história de amor entre Mia (Emma Stone) e Sebastian (Ryan Gosling). Aspirante a atriz, ela trabalha num café e batalha em testes para conseguir um papel num filme. Ele se mostra um pianista retrô, apegado ao jazz tradicional que, por não ter dinheiro para abrir sua própria casa noturna, obriga-se a tocar canções natalinas num restaurante. Ambos têm sonhos numa cidade moldada para os persistentes. Chazelle, então promissor realizador de Whiplash, supera as expectativas. Sem um pingo de pretensão e bastante ousado em sua arrebatadora proposta visual, o cineasta (e também roteirista) faz deslizar seus personagens por locações em Los Angeles, sempre escapando do óbvio, do vulgar, do tédio. Esfuziante e melancólico, o filme combina, perfeitamente, risos e lágrimas, realidade e fantasia, o clássico e o contemporâneo, imagens e sons. Casamento tão original, criativo e harmonioso é uma espécie rara em Hollywood e, não à toa, o filme merece a cotação máxima. O longa-metragem conquistou catorze indicações ao Oscar, feito só igualado a A Malvada e Titanic: melhor filme, direção, atriz (Emma Stone), ator (Ryan Gosling), roteiro original, trilha sonora, fotografia, edição, desenho de produção, figurinos, mixagem de som, edição de som e duas canções, City of Stars e Audition.
Estreou em 19/1/2017.