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OLÁ,

Invenções da Mulher Moderna — Para Além de Anita e Tarsila

Resenha por Julia Flamingo

As mulheres são maioria na lista de artistas brasileiros mais reconhecidos internacionalmente no circuito de museus e galerias: vide nomes poderosíssimos como Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Lygia Clark, Lygia Pape, Mira Schendel e Tomie Ohtake. A exposição Invenções da Mulher Moderna — Para Além de Anita e Tarsila reúne peças desses ícones femininos, mas ganha pontos, principalmente, por apresentar talentos e produções pouco explorados. Revisitadas pelo curador Paulo Herkenhoff — que iniciou sua pesquisa na área há 25 anos —, histórias de artistas que viveram até o início do século XX compõem o mais curioso núcleo da mostra. Ali, é possível conhecer personagens como a paraense Julieta de França, que desafiou a dominação masculina dos monumentos públicos. Em 1901, ela fez nus artísticos realistas (e chocantes para a época), como Nu Feminino Sentado de Frente. Também se destaca a história de Madame Lavenue, fotógrafa pioneira no Brasil. Na relação de cinco profissionais surgidos no Rio de Janeiro até 1842, ela foi a primeira pessoa do mundo a enviar uma foto a uma exibição artística. Com ótimas explicações e seleção de obras, Herkenhoff traz à luz episódios que os livros de história nacional não deram conta de mostrar. Até 20/8/2017.