- Direção: Breno Silveira
- Duração: 130 minutos
- Recomendação: 12 anos
- País: Brasil
- Ano: 2012
Parece inesgotável o talento do diretor Breno Silveira para dar vida a histórias comoventes e genuinamente brasileiras — vide o recente e, infelizmente, pouco visto À Beira do Caminjho. Depois do acerto com 2 Filhos de Francisco, o realizador retorna com outra cinebiografia de artistas nacionais, agora centrada na trajetória pessoal e musical de Luiz Gonzaga (1912-1989) e seu filho, Gonzaguinha (1945-1991). Embora a carreira de ambos seja um dos carros-chefe, o mote está na relação amarga entre eles. O início se dá com o reencontro em 1980. Gonzagão, já um astro decadente, recebe a contragosto em sua casa, em Pernambuco, Gonzaguinha, um sucesso nas rádios. Rei do baião, o cantor de Asa Branca relembra, então, as passagens mais marcantes de sua vida. Saído da cidade de Exu enxotado por um coronel, ele desistiu da carreira militar para tentar a sorte como artista no Rio de Janeiro. Entre passado e presente, o roteiro enfoca desde seu primeiro casamento, com uma dançarina (papel de Nanda Costa), até sua ascensão na música a partir dos anos 40. Em pouco mais de duas horas, o drama promove um passeio por um Brasil nostálgico, envolto em preciosa direção de arte de Cláudio Amaral Peixoto (O Palhaço) e situações afetivas emocionantes. O elenco, encabeçado por Chambinho do Acordeon, que faz Gonzaga dos 27 aos 50 anos, e Julio Andrade, intérprete de Gonzaguinha adulto, dá conta muito bem do recado. Com Luciano Quirino e Silvia Buarque. Estreou em 26/10/2012.